A chegada de um vírus nunca foi tão avassaladora para a maioria dos brasileiros. A pandemia do novo coronavírus (covid-19) tem gerado um grande impacto no País desde março deste ano, seja na rotina, na economia e na saúde. Causadora de mais de 110 mil mortes no Brasil, a pandemia também tem sido responsabilizada pelo aumento de dores musculares e nas articulações.
O método home office foi consequência e adaptação que muitas empresas tiveram que adotar para evitar o contágio do vírus, além de ser uma alternativa para não comprometer as demandas. Cumprir horário no conforto do lar e não enfrentar o trânsito intenso das grandes cidades são ótimos benefícios, porém as pessoas estão pecando na hora de montar seu espaço de trabalho em casa.
Conforme o médico ortopedista e traumatologista, Joaquim Reichmann, além do home office, aulas on-line e outras mudanças em hábitos cotidianos, o estresse e a diminuição de atividades físicas também são fatores que estão colaborando para a ampliação de dores desencadeadas ao longo da quarentena. No entanto, Reichmann destaca que há maneiras de se proteger desses desconfortos. “É importante fazer exercícios de fortalecimento e alongamento, e também melhorar a ergonomia quando se está trabalhando ou estudando no computador, tablet e smartphone”, enfatiza o ortopedista.
A atenção com a postura deve ser prioridade, principalmente quando se está sentado em frente ao computador. De acordo com o médico, é preciso manter a lombar encostada na cadeira, cotovelos e pés apoiados em superfícies firmes e ajustar o monitor para que esteja alinhado ao campo de visão. Reichmann orienta alguns exercícios simples, que podem ser feitos em casa e que não requerem muito espaço e tempo para execução. “A prancha é um exercício isométrico para fortalecimento da região lombar. A indicação é de 30 segundos a um minuto, até duas vezes ao dia”, comenta. Outra indicação é um exercício simples para aliviar a tensão e as dores na coluna lombar (parte inferior da coluna vertebral). A pessoa deve se manter deitada em superfície plana, puxar os joelhos em direção ao peito e segurá-los com as mãos, de um a três minutos diários.
PESQUISA
O aumento de dores é evidenciado quando os períodos do ano são comparados. Em março deste ano, a compra de analgésicos isento de prescrições médicas aumentou 62% em relação a março de 2019. Já no mês de maio, o percentual de vendas de pomadas e emplastros subiu 10% no comparativo ao ano passado. Os números são do relatório da Iqvia, empresa multinacional que combina tecnologia com saúde e pesquisa clínica.