Os quadris têm como função sustentar todo o peso do corpo e possuem grande capacidade de carga, mas mesmo assim, podem sofrer lesões. O problema afeta muitos adultos que praticam esportes amadores e profissionais e chega a atingir esportistas infantis. “Esta situação ocorre porque as pessoas estão buscando mais qualidade de vida e, com isso, praticam mais esporteâ€, destaca o médico ortopedista e traumatologista de Chapecó (SC), Joaquim Reichmann.
Conforme Reichmann quanto mais os quadris forem forçados, maior será a chance de sofrer uma lesão. Por isso, é fundamental que a musculatura da pessoa que inicia a prática de determinado esporte ou que aumenta a intensidade da modalidade praticada esteja fortalecida. Também é importante a orientação de um profissional de educação fÃsica, pois em caso de dores ou desconforto, a recomendação é parar a atividade imediatamente e fazer repouso.
“Se a dor persistir por mais de uma semana, deve-se procurar um especialista para que o problema seja diagnosticado e tratado de forma adequada. A dor pode ser consequência de lesões musculares, tendÃneas ou de problemas mais graves, como o impacto fêmero-acetabular (IFA) – contato anormal da cabeça do fêmur (osso da coxa) com o acetábulo (osso da bacia)â€, explica o médico.
O IFA acontece em pessoas que praticam esportes de alta performance, que incluem movimentos repetitivos, como por exemplo, as lutas, futebol, tênis, atletismo, entre outros. Quando não tratado, pode causar a osteoartrose do quadril, que ocorre com a degeneração da cartilagem, tendo como consequência fortes dores que comprometem a qualidade de vida. Estas dores costumam ser profundas no quadril ou virilha e, geralmente, pioram quando o paciente permanece muito tempo sentado ou ao realizar movimentos como flexão e rotação do quadril. “Quando a doença não melhora com métodos conservadores, é tratada com a substituição da articulação por uma próteseâ€, realça Reichmann.
O médico salienta, ainda, que o tratamento inicial não deve ser cirúrgico. A orientação é medicação, fisioterapia com analgesia e, se necessário, reeducação no esporte para evitar os movimentos que forçam a articulação. Se a dor persistir, recomenda-se a intervenção cirúrgica, que pode ser feita por meio da Artroscopia. “Com pequenas incisões e o auxÃlio de uma câmera, tratamos todas as lesões existentes, retirando as possÃveis saliências ósseas. Dessa forma, o procedimento, além de tratar as lesões, retira o fator de risco, prevenindo novos problemas de cartilagemâ€, finaliza Reichmann.