Cada vez mais aumenta o número de pessoas que sofre com desalinhamento da coluna vertebral – problema que se manifesta em três versões: escoliose, cifose e lordose. Os desvios da coluna são de origem genética e do processo de desenvolvimento ósseo, mas também podem ocorrer em função de um traumatismo. Com isso, as vértebras se deformam e prejudicam o bom desempenho de suas múltiplas funções.
O médico ortopedista e traumatologista Joaquim Reichmann explica que o principal sintoma é dor nas costas. Os sinais são desalinhamentos, ombro mais baixo que o outro, aumento de volume anterior do tórax de um lado e o oposto atrás. Em alguns casos há necessidade de tratamento cirúrgico.
Segundo Reichmann, na fase de crescimento, o tratamento permite diminuir o ângulo formado pela estrutura óssea, como na escoliose, por exemplo, restituindo qualidade de vida ao paciente. Para prevenir é necessária uma avaliação precoce ainda na infância e acompanhamento do desenvolvimento da coluna vertebral. Com programas de correção postural como reeducação postural global (RPG) ou Isso-stretching (método fisioterapêutico criado na França e fundamentado nos princípios corretivos da ginástica postural que busca promover a consciência do movimento e o domínio do equilíbrio entre tensão e relaxamento e entre a capacidade de contração e alongamento) pode-se compensar e melhorar o problema, obtendo-se um bom resultado estético e funcional.
Entre os principais cuidados que devem iniciar ainda na infância estão o estímulo à postura correta, o peso dentro dos padrões ideais para a altura e idade, a prática regular de exercícios físicos que, quando bem orientada, é essencial para fortalecer a musculatura e sustentar a coluna, alimentação saudável variada rica em cálcio, mineral essencial para a saúde dos ossos, além de cuidados na proteção da espinha dorsal ao transportar objetos pesados, entre outros aspectos. “Ao perceber qualquer alteração que possa indicar problemas na coluna, é fundamental procurar um médico para obter o diagnóstico e iniciar o tratamento o mais rápido possível”, orienta Reichmann.
SOBRE OS DESVIOS
Cifose: É caracterizada por deformações de coluna no qual ombros, pescoço e cabeça são projetados para frente. O problema provoca um volume que é popularmente chamado de “corcunda”.
Lordose: Nesse caso, as deformações acontecem quando existe um aumento da curvatura da lombar na direção da frente do abdômen, fazendo com que os glúteos permaneçam em evidência (síndrome do bumbum arrebitado) e a barriga mais acentuada.
Escoliose: Determinada pela rotação das vértebras, este problema causa uma curvatura anormal da coluna para um dos lados do tronco. Diferentemente da cifose e da lordose, consideradas desvios fisiológicos normais da coluna vertebral, que só podem ser observados com a pessoa de perfil, a escoliose possui deformidade que pode ser observada quando a pessoa está de costas.
COLUNA VERTEBRAL
A coluna vertebral é uma estrutura rígida, porém flexível formada por 33 ossos superpostos denominados de vértebras. Sua estrutura estende-se da base do crânio até a pelve, na altura do osso ilíaco, área de transição entre o tronco e os membros inferiores. As vértebras, em sua maioria, estão conectadas entre si por articulações semimóveis, ligamentos e músculos que atribuem estabilidade à coluna e fazem com que se movimentem em todas as direções. Para separar uma vértebra da outra existem os discos intervetebrais que evitam o atrito entre as vértebras, auxiliam na absorção do impacto, aliviam a pressão sobre as articulações e facilitam os movimentos de extensão, flexão e rotação.