Levar o sangue rico em oxigênio e nutrientes do coração para o resto do corpo. Esse é o papel fundamental das artérias que, geralmente, costumam ser lisas e sem obstáculos no seu interior. Porém, quando ocorre de serem bloqueadas devido ao acúmulo de gordura e tecido fibroso, resultam na chamada Doença Vascular Periférica, que reduz o fluxo e causa a falta ou diminuição de oxigênio levado às extremidades.
A explicação é do médico cooperado da Unimed Chapecó e cirurgião vascular, Dr. Alex Lazzari Dornelles que, em parceria com os também especialistas na área e cooperados, Dr. Hélio Augusto Santos Machado e Dr. Fernando Bonetto, esclarece sobre as causas, sintomas e tratamento da doença para marcar o Dia Nacional de Combate à Doença Vascular Periférica, comemorado no dia 14 de julho.
Dr. Alex afirma que a doença costuma ser mais comum em homens idosos, mas o hábito de fumar, pressão arterial elevada, diabetes e níveis altos de colesterol também aumentam as chances de desenvolver a doença mais cedo. “Alguns dos sintomas principais são dores e desconforto na região dos quadris, nádegas, coxas, joelhos, canelas e pés, que ocorrem no movimento e param quando se descansa; cãibras, peso ou fraqueza nos membros também podem ser indícios” destaca.
Dr. Fernando complementa ao afirmar que tais quadros de dores, que aliviam após determinados períodos de repouso, caracterizam o que se chama de Claudicação Intermitente. Segundo ele, caso a pessoa não procure o médico na presença desses sintomas, a doença evolui para dor mesmo durante o estado de repouso. “Por fim, surgem feridas na perna, que não cicatrizam, pois, o suprimento de sangue já está muito comprometido”, enfatiza ao destacar que, nesses casos, há necessidade de tratamento cirúrgico de urgência.
Ainda sobre o tratamento, o especialista afirma que depende muito da apresentação clínica e do grau de comprometimento da doença. “No caso dos pacientes que apresentam dor típica de Claudicação, mas não afeta suas tarefas corriqueiras, não é necessário o tratamento cirúrgico. O tratamento clínico, com atividade física orientada, eliminação de hábitos nocivos, como evitar o tabagismo e controlar o colesterol, são o primeiro passo para evitar a doença”.
Além de prevenir contra a doença vascular periférica, algumas mudanças no estilo de vida podem reduzir os riscos e, ainda, controlar doenças como, diabetes, pressão arterial elevada, colesterol alto, doenças cardíacas e derrame, conforme afirma Dr. Hélio. O médico orienta ainda que a criação de um plano alimentar saudável, com eliminação parcial ou total de gorduras saturadas, gordura trans, colesterol e sal, também auxilia no combate. “Prefira consumir frutas, vegetais e laticínios com pouca gordura. Em alguns casos, solicite orientação médica”, destaca. O médico conclui ainda “Regularize as práticas de atividades físicas. Antes, porém, estabeleça com um profissional da área da saúde como podem ser organizadas as atividades, de acordo com suas condições físicas”.
Características dos principais sintomas da Doença Vascular Periférica:
Pés frios: É uma queixa comum em pacientes com insuficiência vascular periférica, obrigando-os ao uso de garrafas de água quente, almofadas aquecidas e compressas úmidas quentes.
Dor noturna: É uma forma de neurite isquêmica que geralmente precede a dor em repouso. Ela ocorre a noite, já que durante o sono a circulação é geralmente do tipo central, com diminuição da perfusão das extremidades inferiores.
Dor ao repouso: Trata-se de uma dor persistente causada por isquemia do nervo. Apresenta picos de intensidade, piora a noite e pode requerer uso de narcóticos para seu alívio.
Ausência de pulsações: Caso a zona poplítea esteja obstruída, é possível que haja diferença na temperatura da pele em ambas as áreas patelares. A pele em torno do joelho, do lado isquêmico, muitas vezes é mais quente, devido aos vasos colaterais que se formam em torno da artéria poplítea obstruída.
Palidez à elevação: A palidez do pé, provocada por sua elevação e o retardo do enchimento capilar venoso são indicativos de isquemia.
*Fonte: Cirurgiões vasculares cooperados da Unimed Chapecó: Dr. Alex Lazzari Dornelles, Dr. Fernando Bonetto Schinko e Dr. Hélio Augusto Santos Machado.
Texto: Andressa Recchia/Unimed Chapecó
