Leishmaniose Visceral: entenda a doença que acomete cães e humanos

Por Assessoria - 10/08/2019

Precisamos falar sobre Leishmaniose Visceral! Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) revelam que o Brasil está entre os cinco países que detêm 90% dos casos da doença no mundo. A transmissão ocorre quando flebotomíneos fêmeas infectadas – popularmente conhecidos como mosquito palha, birigui ou cangalhinha – picam cães e depois humanos.

Até então vista como uma doença rural e restrita à região Nordeste até a década de 1980, a Leishmaniose Visceral está avançando para as áreas urbanas e hoje encontra-se em todas as grandes regiões do Brasil. Segundo o Ministério da Saúde, nos últimos 3 anos, houve quase 10 mil casos humanos registrados no país, sendo que, para cada caso, estima se 200 cães infectados. Se não tratada, a doença pode ser fatal em até 90% dos casos humanos.

Dificuldade no diagnóstico

Em ambos os casos, os sintomas são poucos específicos, dificultando o diagnóstico que é realizado apenas através de exames laboratoriais. “Os profissionais médicos e veterinários que não convivem com a doença podem demorar a associar os sintomas e – consequentemente – adiando o tratamento”, comenta Ricardo Cabral, veterinário e gerente técnico da Virbac do Brasil.

Os principais sintomas em humanos são baço e fígado inchados, além de fraqueza e febre longa. Já os cães apresentam apatia, descamações na pele, quedas de pelos, emagrecimento, lacrimejamento nos olhos e crescimento anormal das unhas.

Combate ao mosquito transmissor

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Ao contrário do que muitos pensam, o cão não transmite a doença para os humanos diretamente. “Ele é apenas o reservatório do parasita e a transmissão depende sempre da presença do mosquito vetor”, explica Cabral. Portanto, a principal ação preventiva é conter a proliferação dos flebotomíneos. “Essa espécie prolifera-se em regiões úmidas e com depósitos de lixo a céu aberto (locais com muita matéria orgânica)”.

Tem tratamento!

O tratamento para Leishmaniose Visceral Humana já é bastante difundido no país, demandando intervenção por medicamentos e acompanhamento clínico por até 12 meses.

Já a Leishmaniose Visceral Canina, que antes era uma sentença de morte para os cães infectados, hoje pode ser tratada. Em 2017, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) aprovou o único medicamento para tratamento da doença, de uso exclusivo para cães: o Milteforan®, da Virbac – indústria farmacêutica dedicada à saúde animal.

O tratamento promove melhora clínica, redução da carga parasitária, recuperação imunológica, além de evitar a transmissão da doença, caso o cão seja picado pelo vetor. “Ele é feito por 28 dias seguidos, e os animais devem ser monitorados a cada 4 meses, pois um novo ciclo pode ser reiniciado se necessário. Por isso, é muito importante que os médicos veterinários e proprietários de cães infectados assumam a responsabilidade de reavaliar e de retratar os pets. A doença não tem cura definitiva e os cuidados são para a vida toda!”, explica Cabral.

Atualmente, mais de 1.300 animais utilizam Milteforan® e têm tratamento registrado em um aplicativo específico para que tutores e veterinários acompanhem o histórico do animal “É fundamental que os médicos veterinários continuem registrando os casos tratados no aplicativo Virbac ClubPet, pois somente dessa maneira poderemos ter uma real noção do panorama da doença no país, após a liberação do tratamento”, finaliza.

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