Cirurgia bariátrica: conheça os principais mitos e verdades sobre o procedimento

Por Gazeta de Riomafra - 26/12/2019

Perder peso é um grande desafio para muitas pessoas e em diversos casos, a luta em busca pelo emagrecimento não acontece apenas pela questão estética, mas também pela saúde. Atualmente, a obesidade é uma das condições de saúde que mais atingem a população brasileira, e essa condição está ligada não só a fatores genéticos, mas também pelos hábitos de vida pouco saudáveis, como alimentação desequilibrada e falta de exercícios físicos.

De acordo com os dados mais recentes do Ministério da Saúde divulgados em 2017, um em cada cinco brasileiros está muito acima do peso. A pesquisa apontou que 41,6 milhões de pessoas ou 19,8% da população possui índice de massa corporal (IMC) acima de 30, o que é considerado obesidade. Destes, um terço (ou 13,6 milhões), possuem IMC acima de 35, o que os coloca na posição de obesos mórbidos.

E esses números alarmantes aos poucos começam a se refletir também no volume de cirurgias bariátricas realizadas no País: de acordo com a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), em 2018 foram realizadas 63.969 cirurgias de redução do estômago, como o procedimento é popularmente conhecido. Destes, 49.521 foram realizados por meio da saúde suplementar (planos de saúde), 11.402 cirurgias pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e 3.046 cirurgias particulares.

Isso representa um aumento de 4,38% em comparação a 2017, quando foram realizadas aproximadamente 61.283 mil cirurgias pelo SUS e ANS. Todavia, o total de procedimentos realizados no ano passado representa apenas 0,47% da população obesa com IMC acima de 35, e que, portanto, seria elegível à cirurgia bariátrica e metabólica no Brasil.

Em partes isso ainda se deve à desconfiança da população em torno do procedimento e da falta de conhecimento sobre a relação da intervenção com a melhoria da saúde e da qualidade de vida.

Diante das muitas dúvidas de pacientes e familiares, o cirurgião bariátrico Thales Delmondes Galvão esclarece os principais mitos e verdades sobre o procedimento.

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Qualquer pessoa pode realizar a cirurgia bariátrica

Mito: O procedimento é indicado para pessoas com Índice de Massa Corporal (IMC) maior que 40, ou maior que 35, desde que possuam um conjunto de doenças associadas à obesidade, como diabetes, hipertensão e dislipidemias (anomalias dos lipídios no sangue). Além disso, a cirurgia também é recomendada para pacientes com o IMC maior que 30 com diabetes de difícil controle.

O paciente pode engordar de novo após realizar o procedimento

Verdade: A cirurgia bariátrica estimula a perda de peso de forma efetiva. Porém, se o paciente não adotar uma mudança de hábitos saudáveis como uma alimentação saudável e a prática de exercícios físicos, poderá ocorrer algum reganho de peso.

Após realizar a cirurgia, o paciente terá que realizar cirurgia plásticas

Mito: A necessidade de realizar cirurgia plástica após o procedimento deve ser avaliada caso a caso e é importante que essa avaliação seja realizada por uma equipe multidisciplinar. Em pacientes mais jovens, com IMC não tão altos, e que praticam atividade física a necessidade de cirurgia plástica após a Cirurgia Bariátrica são menores.

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Cirurgia bariátrica ajuda a reduzir o risco de doenças graves

Verdade: Além da perda de peso, a cirurgia bariátrica auxilia na melhora do quadro de doenças relacionadas à obesidade entre eles: diabetes, hipertensão arterial, apneia do sono, dislipidemias, esteatose hepática além da elevação da qualidade de vida e longevidade

Quem faz a redução de estômago não pode engravidar

Mito: A paciente poderá engravidar. A mulher fica mais fértil e com chances de uma gravidez mais saudável após a cirurgia bariátrica. Entretanto o recomendado é que a gravidez seja evitada antes de completar um ano e meio após a cirurgia até que ocorra a estabilização do peso.

Antes de realizar a cirurgia, é necessário realizar avaliação médica completa com uma equipe multidisciplinar

Verdade: É necessário que o paciente candidato a uma cirurgia bariátrica seja avaliado não só pelo cirurgião, mas também por cardiologista, endocrinologista, nutricionista, psicólogo, fisioterapeuta e pneumologista.

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