Na edição do último sábado a Gazeta de Riomafra publicou matéria exclusiva sobre o caso dramático que vem sendo enfrentado pela famÃlia da menina Eloise Aparecida Brambilla, de apenas 09 anos e que não mais vem sendo atendida com materiais e medicamentos através da PoliclÃnica/SUS de Mafra, com a justificativa de que a renda familiar é suficiente para a aquisição dos medicamentos e materiais necessários.
No próprio sábado o presidente do Legislativo, vereador Vicente Saliba – que também é médico, ligou para a mãe da menina, Michele Brambilla, demonstrando sua indignação e de imediato colocando a Câmara à disposição da mesma para que repassasse a todos os edis a situação pela qual passa atualmente.
Antes de se dirigir à Câmara na segunda-feira Michele foi até o Ministério Público da Comarca, onde solicitou cópia de resposta enviada ao mesmo pelo secretário Municipal de Saúde, Tadeu David Geronasso, que foi interpelado pela promotoria; bem como foi encaminhada pela equipe da Gazeta para conversa com a gerente Regional de Saúde, Joice Cristina Cavalheiro Hanisch, que afirmou ser um direito universal o recebimento de medicamentos e tratamentos, se propondo a levar o caso adiante no sentido de verificar em que o Governo do Estado pode auxiliar no caso da menina.
Na Tribuna do Legislativo Michele repetiu toda a triste história já divulgada pela Gazeta e novamente citou que ao longo dos nove anos de vida sua filha sempre recebeu medicamentos e materiais para o tratamento via SUS/Mafra, exceto em 2013 e em 2005 quando, por coincidência, o secretário de Saúde era o mesmo. “Não estou brigando só por minha filha, mas por todas as crianças que têm necessidades especiaisâ€, enfatizou a mãe da menina Eloise.
Ela disse que embora leiga achou absurda a resposta enviada pelo secretário ao Ministério Público, onde o chefe da Pasta chega a citar que no último ano ela e sua filha ‘pegaram carona’ em veÃculo do SUS, referindo-se ao fato de a mesma possuir um plano de saúde particular, que Michele ratificou, foi ideia do próprio secretário já em 2005. Num dos trechos da resposta o secretário diz “observamos que a criança Eloise A. Brambilla não faz uso dos profissionais médicos da rede básica SUS de Mafra, somente seus pais possuem vÃnculos com a Estratégia de Saúde da FamÃlia CICâ€.
O secretário ainda acusa a mãe da menor de não ter fornecido todos os documentos requisitados para cadastro junto ao Sistema Único de Saúde, através do departamento de Serviço Social da Prefeitura e afirma que “em momento algum deixamos de orientar os desdobramentos das solicitações†e finaliza: “Esclarecidos os fatos descritos via relatório da Promotoria de Justiça na data de 04 de abril, apresentamos em apenso documentos comprobatórios das informações, bem como colocamo-nos à disposição para esclarecimentos e também para continuidade dos atendimentos fornecidos não só à criança Eloise A. Brambilla, bem como sua famÃliaâ€.
Michele Brambilla disse aos vereadores que ficou desapontada quando procurou o prefeito Eto Scholze e esse lhe disse que não podia fazer nada e a mandou procurar por seus direitos. Ela reafirmou que o prefeito vivia constantemente em sua casa e dos familiares inclusive nos aniversários de Eloise, conhecendo a fundo toda a história de lutas da menina e de sua famÃlia. “É a vida da minha filha que depende dissoâ€, desabafou.
Com relação afirmativas do secretário de que não pode ceder medicamentos e materiais porque a menina Eloise possui plano particular de Saúde, Michele salientou que isso soa até mesmo como uma contribuição para o MunicÃpio que não despende recursos para as consultas e exames da filha. “Já estou favorecendo o municÃpio pagando o plano, o tratamento é muito caro e sem ele é um gasto a menos para o municÃpioâ€, salientou ao tempo que também relembrava não ter condições de levar a filha para consultar em um posto com o clÃnico gera, haja vista a necessidade de especialistas para atendimento e manutenção da saúde de Eloise.
“Eu jamais queria estar aqui, mas eu precisei e preciso de ajuda. Será que existe valor para a vida? Só quero o que é de direito da Eloise que são os materiais e os remédios que ela precisaâ€, expandiu a mãe, em tempo que cita estar a famÃlia toda passando por uma espécie de constrangimento. “Não aguentamos mais viver somente de doações e isso vem afetando também a Eloise que inclusive há um mês já vem tomando antidepressivos por determinação médicaâ€.
Contou Michele que sua filha já foi submetida a 15 cirurgias e recebeu apoio de todos os vereadores presentes, mas nenhuma promessa foi feita concretamente para a famÃlia de Eloise. Foram unânimes os edis em concordar que a menina tem direito aos medicamentos e materiais e a aconselharam ingressar com Ação Judicial junto ao Ministério Público, para garantir os direitos da criança.
Em contato com nossa reportagem Michele disse acreditar que os vereadores estão solidários à causa de sua filha Eloise e destacou esperar que os mesmos providenciem a retomada da até então Associação dos Deficientes FÃsicos de Mafra – ADEFIMA, de forma que a mesma seja regularizada e volte lutar pelos direitos dos portadores de necessidades especiais. “Vamos lutar juntos por todas as crianças portadoras de necessidades especiais, elas querem viver e têm esse direito e por ele lutam. Temos que mudar a forma de pensar e agirâ€, afirmou.
Campanha
O Jornal Gazeta de Riomafra está divulgando a história de Michele e de sua filha Eloise no intuito de auxiliar na reversão da situação com a mesma tendo seus direitos garantidos e receber os medicamentos e tratamento que a própria Constituição prevê.
Enquanto não se resolve a situação burocrática, estamos encetando campanha no sentido de conseguir recursos financeiros que auxiliem esta famÃlia a continuar o tratamento da menina e poder sobreviver de forma digna e humana.
Pedimos aos leitores e amigos que contribuam com a quantia que possam dispor, através da conta poupança 4105-6, operação 013 na agência 0878 da Caixa Econômica Federal de Mafra, em nome de Michele Luzia Pereira Brambilla. “A certeza de ver o brilho nos olhos de Eloise e sua famÃlia não tem preço, mas a saúde dela sim. Colaboreâ€!