Mulheres de Mafra que buscam marcar exames preventivos via SUS não estão conseguindo agendar as consultas. A falta de materiais para coleta não tem possibilitado os exames. Muitas pacientes procuraram a reportagem da Gazeta, porém pedem para não ter seu nome divulgado. Uma paciente relata que há alguns meses vem tentando agendar um exame, porém sempre esbarra na falta de material: “eu estou tentando marcar um exame antes da campanha do outubro rosa, nem lembro o mês que fui ao posto pela primeira vez, porém até hoje não consegui marcar“- reclama.
Outra paciente alega que o exame é importante e pode salvar vidas, “já faz tempo que está sem material de coleta e nós temos que realizar o exame pelo menos uma vez por ano, tem mulher que tem que fazer a cada seis meses, minha cunhada, por exemplo, tem que fazer a cada seis meses por que uma vez, apareceu um problema, então o médico disse que se aparecer de novo pode virar câncer, então ela tem que fazer de seis em seis meses” – disse.
Sem a possibilidade de realizar o exame no SUS resta a paciente procurar pelo atendimento particular “eu estava querendo fazer o exame particular mais aí você paga a consulta, paga o exame e vai comer o que? Se forem ver quanta coisa tem que pagar, agente acaba sem recurso, tenho dois filhos pequenos para sustentar” – lamentou.
Já, outra paciente, relata que tem casos de antecedentes de câncer na família (sua mãe e prima), por isto, estava tentando desde abril do ano passado desesperadamente fazer a coleta, “tive que pagar cerca de R$ 200,00 (consulta + coleta) e fazer particular, pois já estava agoniada, cheguei a vir cinco vezes no SUS e nos postos, a resposta era sempre a mesma: logo normaliza”. – Queixou-se.
O que mais deixou indignada a maioria das mulheres que procuraram nossa reportagem foi à falta de material justo na campanha do Outubro Rosa, “fizeram o maior “auê” durante a campanha do “Outubro Rosa”, alardearam até na mídia local, convocando as mulheres a fazerem o preventivo, só que a mulherada chegava lá no SUS e nos postos, davam com a “cara na porta”, pois não havia sequer material para coleta” – indignou-se uma paciente.
A redação da Gazeta ligou para vários consultórios particulares para pesquisar os preços da consulta e do exame preventivo, os preços chegaram superar a casa de R$ 200,00.
Nossa reportagem também ligou para uma unidade de saúde, para tentar marcar um exame preventivo, porém fomos informados de que desde a metade do ano passado os exames não vêm sendo agendados.
A atendente do SUS explicou ainda, que o motivo pela falta de materiais se deve pelo o atraso no pedido de reposição dos mesmos “os materiais de coleta não foram pedidos antes de acabar, esse que foi o erro, pois geralmente quando faltam mil para acabar, agente pede para enviarem mais, tudo para que não falte, porém dessa vez não foi feito pedido, ai quando foi feito não foi aprovado, não sei por qual motivo, não sei dizer o que aconteceu, só sei que não temos material para coleta” – disse.
Questionada sobre os atendimentos durante a campanha nacional contra o câncer “Outubro Rosa”, a atendente é enfática: “nós não fizemos os exames preventivos, realizamos apenas umas coletas, alguma coisa, porém o exame preventivo que é o principal agente não fez” – confessou.
Diante da dimensão do problema nossa reportagem procurou pessoalmente a secretária de saúde do município, Jaqueline de Fátima Previatt Veiga, que prontamente, com sua equipe recebeu nossa reportagem na manhã da última terça-feira (28/01) e explicou que durante o mês de outubro os exames foram realizados, “nós fechamos uma parceria com a Secretaria Municipal de Saúde de Rio Negro, organizamos palestras e seminários, e realizamos sim alguns exames, eles nos cederam material para coleta” – disse a secretária.
Mesmo com a parceria entre Rio Negro e Mafra, durante a campanha do Outubro Rosa, muitas mulheres ficaram sem conseguir realizar os exames preventivos: “os atendimentos oferecidos foram muito abaixo da demanda, muita gente não conseguiu se consultar” – disse uma denunciante.
Sobre a falta de material para realização de exames preventivos, a atual secretária, Jaqueline Veiga, informou que não saberia descrever os motivos que levaram a falta de material nos postos, alega que o problema foi apontado pelas enfermeiras do núcleo de saúde da mulher, durante uma reunião no dia 10 de janeiro, e solicitou que o problema fosse resolvido o mais rápido possível. Jaqueline alega que a compra de materiais para os exames preventivos está em fase final de licitação: “no ano passado já havia sido solicitado, porém o resultado da licitação só saiu no final do ano, ai no começo do ano a gente já assinou a licitação, nós temos 10 dias para receber esse material, provavelmente no final da semana que vem, esse material já esteja disponível para que a gente possa realizar os exames preventivos” – disse.
Questionada sobre a demora na aprovação do processo licitatório, a secretária aponta para questões burocrática: “São 60 dias legais, um mês precisa ficar em publicação, então demora 60 dias, mas o que atrapalhou nesse caso foi o fato de as licitações serem feitas em blocos, como uma empresa pediu recurso acabou atrasando todo o bloco, e a compra de preventivos fazia parte do bloco, mas ai no final do ano foi liberado o processo e se conseguiu que a licitação fosse pra frente, agora ela já está pronta” – disse.
Indagada sobre um processo alternativo para garantir mais rapidez na compra de materiais para execução dos exames, e não deixar a população sem atendimento, à secretaria, tentou se justificar “não sei quais seriam as alternativas. Não sei se havia verba disponível para compra direta desse material, sem licitação, você sabe que os recursos hoje são escassos” – disse.
A secretária afirma que a maneira como a licitação foi feita irá garantir para o município que esses problemas não voltem a acontecer “quando você faz um pregão e entra com licitação no formato de registro de preço, você tem a possibilidade de ir solicitando o material durante o ano, já foi feito uma previsão para que daqui para frente não falte, para que agente possa ter todo ano, a gente vai pedindo conforme a necessidade” – explicou a secretária.
Sobre um possível descumprimento a uma lei federal que obriga a rede publica de saúde estarem permanentemente prontos para realizarem um exame preventivo, a secretária explica “o que a lei exige nós estamos tentando cobrir, porém há oito anos a saúde pública está descoberta e sucateada no município, eu trabalhei na emergência, nós tínhamos materiais, porém a atenção básica há oito anos vem sendo sucateada pela gestão pública” – confessou.
Jaqueline afirma que um dos objetivos de sua gestão é dar mais assistência atenção básica: “o nosso foco é a atenção básica é o tratamento preventivo, no inicio de 2012 nós atendíamos 280 pessoas no PA, hoje agente atende 180, isso é um reflexo da nossa política de prevenção” – finalizou.
É tudo. Uma simples mamografia fazer com que mulheres com mais de 70 anos tenha que sair de casa as 6 horas da manhã para ir a Canoinhas é um descalabro. Ir de ” Kombi”.
Fica lá até a tarde para voltar, porque a dita Kombi foi até Joinville ou Porto União.
Fecha tudo isso aí e manda o povo se mudar pra Canoinhas. E ainda vem com essas campanhas de alta complexidade para Hospital de Mafra. Complexidade é a situação de TUDO nessa cidade.
Aproveitem e solicitem ao PT além de trazer médicos genéricos que tragam um ” mamógrafo ” de Cuba.