Reunião dos avicultores pode determinar paralisação em maio

Publicado por Gazeta de Riomafra - 03/02/2014 - 15h07

A presidente da Associação de Avicultores do Planalto Norte e Médio Vale, Lisa Mara Cristoff Netipanyj, e o vereador de Rio Negrinho, Erikson Wantowski, encabeçam série de reuniões a fim de mobilizar avicultores de várias regiões do estado com vistas à paralisação da categoria prevista para o mês de maio.

Nesta quinta-feira, 30, eles participam de reuniões com avicultores em Mafra. O mês de fevereiro começa com uma reunião, com a direção da Tyson Foods, na segunda-feira, 3. A empresa – uma das maiores do mundo no segmento – é a integradora com o maior número de integrados do planalto norte.
Após reunião em Treviso com integrantes de associações de avicultores de todo o estado, além de representantes de associações do Paraná e do Rio Grande do Sul, a classe pode determinar a paralisação das atividades em maio. O objetivo do encontro era traçar ações conjuntas em prol da busca de soluções para a crise da avicultura na região sul do país.

“Diante dessa situação temos que traçar ações determinadas com foco numa negociação imediata, caso contrário, paralisamos as atividades até maio. Até lá tudo depende das respostas que teremos das autoridades e empresas”, relata Lisa Mara Cristoff, presidente da Associação dos Avicultores do Planalto Norte e Médio Vale.

Somente em Santa Catarina, mais de mil famílias de avicultores do sul e do planalto norte vivem a maior crise do setor em duas décadas. Os produtores reclamam dos preços do frango pago pelas integradoras, que não cobrem os custos de produção e inviabilizam a permanência na atividade. O preço final pago por ave aos criadores chega a ficar entre R$ 0,35 e R$ 0,45, valor que não cobre os custos de produção.

Lisa Mara ainda afirmou que, nos últimos três anos, houve uma queda de 45% na receita dos avicultores, o que inviabiliza que eles honrem os compromissos com seus financiamentos.

“Se o auxilio político que solicitamos não surtir efeito tomaremos uma atitude extrema e além de paralisar as atividades encaminharemos até a Organização Internacional do Trabalho (OIT), em Genebra, na Suíça. O documento já protocolado em Brasília e que pede a interferência da entidade na questão”, aponta Lisa.

Manifestação na Assembleia Legislativa

Em novembro de 2013, avicultores participaram de uma reunião encabeçada pela Comissão de Agricultura e Política Rural na Assembleia Legislativa. O evento contou com a participação do presidente da principal integradora do estado, a JBS Aves Brasil, Jamis Cleary, que na oportunidade prometeu um estudo da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) para revisar os custos de produção e uma negociação aberta com os avicultores. O presidente da Associação dos Avicultores do Sul do Estado, Emir Tezza, ameaçou parar a produção, caso não haja negociação efetiva e aumento no valor pago pela integradora. “Se continuar assim, a avicultura não dura mais dois anos. Recebendo cerca de R$ 0,48 por ave, vamos parar”.

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