O alcance do que significou Mandela para o século XX talvez somente agora, com sua morte, possa ser mesurado. A história de sua vida foi um épico pela liberdade concreta, a alcançável, aquela desejada no olhar de cada negro sul africano subjugado. Repetir sua trajetória aqui é impossível e desnecessário, pelo pouco espaço editorial e pelo muito que está sendo dito desde quinta-feira. Era um Deus vivo entre os africanos, uma legenda, um pai. Arrepia imaginar o que os sul-africanos devem estar sentindo agora: a solidão, a falta, o espaço tão vazio num continente gigante. Nas savanas, nas cidades modernas, nos guetos, no litoral de dois oceanos, na terra dos animais big five, tudo remete a um só homem. Ele conseguiu ser maior que todos os personagens históricos que os colonizadores um dia plantaram na cultura de seu povo. Unificou num corpo a vida e a luta de milhares de seus irmãos, brancos e negros. Foi o arrimo, o dorso sobre o qual se suportou a privação da liberdade física, mas jamais a espiritual. Neste mundo de tantos canalhas, talvez a comoção seja um pouco mais profunda do que de costume, pois no dia 05 de dezembro de 2013 morreu um herói.
Mandela
Publicado por Geancarlo Stein - 07/12/2013 - 14h20
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