A detenção do repórter do jornal O GLOBO, Bruno Amorim, durante a desocupação de da Favela da Oi noRJ, tem significado maior do que um excesso policial. Serve de alerta para mais um ato de pressão sobre profissionais de imprensa, tão em voga nos países latino-americanos e não contestada pelo governo brasileiro. Governo, aliás, conduzido por um partido que vira e mexe, se esforça para instituir o controle da imprensa. Estamos vivendo um momento perigoso devido à exaustão dos brasileiros com os níveis de corrupção e o descaso em todas as esferas. Neste cenário excessos tendem a ser vistos com leniência em nome de um bem maior buscado. Mas não pode ser assim. Não se avança socialmente abdicando de valores e conquistas. A liberdade de pensamento, que era o delito mais temido e fortemente combatido pela repressão, é justamente a maior conquista de um Brasil que titubeia em se firmar como nação moderna. A imprensa não é a culpada, ela noticia e nos permite averiguar e decidir por nós mesmos. O desconhecimento dos fatos, ao contrário, nos tiram elementos de análise e alienam de forma contínua. Tão pouco não é a polícia culpada. A instituição é responsável pelo bem social, mas é também um aparelho nas mãos do Estado e pode ser usado de forma equivocada. E quando no comando do governo não se tem um estadista ou políticas de Estado claras e sintonizadas com a sociedade, as consequências e as opções começam a ficar extremamente perigosas. Cabe a cada um de nós nos mantermos despertos e vigilantes. Não será um messias que salvará este país, mas sim seus cidadãos no exercício pleno de suas prerrogativas!