Carmen Lúcia Herzer de 38 anos faleceu de infarto fulminante no Hospital São Vicente de Paulo em Mafra, noite da última terça-feira (04), segundo dados do atestado de óbito.
Segundo familiares relataram a nossa reportagem, Carmen havia levado o filho mais novo de 10 anos para realizar uma cirurgia de apêndice, pois há dois dias reclamava de dores abdominais e após realizar exames, foi constatado que era preciso operar. Carmen havia passado pelo mesmo procedimento no final de fevereiro deste ano, a cirurgia havia sido complicada e a recuperação levou três meses.
A cirurgia do filho ocorrida à s 16h da terça-feira foi um sucesso, segundo relata a sua irmã, mas ao voltar para o quarto, o garoto teve alguns momentos de delÃrio devido à anestesia. Nesse perÃodo, Carmen começou a passar mal, reclamar de dores nas costas e no peito, tirou a blusa e sentou em um sofá da ala infantil. Duas enfermeiras que estavam no local e presenciaram o fato teriam alegado a irmã de Carmen, que não poderiam fazer nada naquela ala, nem mesmo aferir a pressão que Teresa havia pedido, pois “o procedimento não poderia ser feitoâ€. Após a negativa das funcionárias, Teresa colocou a irmã em uma cadeira de rodas e a levou ao pronto atendimento, tendo que descer um longo caminho, cerca de quatro rampas até chegar ao PA. No local as irmãs foram abordadas por uma enfermeira que com o celular na mão apenas mandou que fossem para a sala de espera, pois não poderiam ficar ali, houve uma discussão pela demora ao atendimento sendo realizado a triagem, onde Carmen teria ficado ainda um bom tempo na sala de espera para começar o atendimento.
Após esperar, a pressão e pulsação foram aferidas, porém nada foi dito quanto ao resultado. Carmen foi levada para o quarto e segundo a médica que atestou o óbito, um remédio calmante foi dado, pois Carmen passava por uma crise de nervos e sua pressão estava normal. Teresa reclama que nos trinta minutos em que ficou com a irmã nenhum dos dois médicos presentes no PA apareceu no quarto, segundo ela, as mãos da irmã haviam ficado “tortas†após sentir as dores.  Segundo familiares, uma enfermeira foi ver o estado de Carmen e apenas disse que ela “precisava melhorar e se acalmar, porque isso é só dos nervosâ€, e que depois ela precisaria cuidar do filho operado. A irmã foi retirada do quarto, pois Carmen não precisava de acompanhamento familiar por conta de sua idade.
Segundo o marido de Carmen, ele chegou ao local e não foi autorizado a ver a esposa, teve que esperar, pois ela estava em observação e era preciso aguardar. Após dez minutos de espera, as enfermeiras informaram ao marido que Carmen estava com dois médicos na área de emergência e pediram para esperar novamente. Às 19h50min foi atestada a morte de Carmen por infarto agudo do miocárdio, tabagismo e ansiedade.
“Isso não existe. Mãe entra para deixar o filho fazer cirurgia e sai em óbitoâ€, desabafa. Carmen deixou três filhos, um de 19 anos, outro de 12 e o de 10 anos, o qual havia sido operado no mesmo dia da morte da mãe. O filho mais novo foi amamentado até os quatro anos de idade e tinha uma ligação muito forte com a mãe, relatam os familiares.
Morte precoce causou estranheza na famÃlia e amigos
A morte repentina da mulher de 38 anos causou estranheza na famÃlia e amigos, que no enterro não acreditavam que a causa da morte seria por infarto. Casados há cinco anos, o marido conta que sua mulher tinha pressão baixa e, apesar de ter fumado a vida inteira, nos últimos três meses estava fazendo tratamento para parar de fumar.
Em conversa entre familiares com a médica na manhã de segunda-feira (11), foi dito ao marido que para tentar salvar a vida de Carmen os médicos passaram do protocolo, pois são de trinta a quarenta minutos para reanimar a pessoa e segundo a responsável pelo atestado de óbito, foram cinquenta minutos na tentativa de salvar Carmen, mas em nenhum momento ela deu sinais de que reagiria. “A médica disse que foi dado o choque com o desfibrilador e feita massagem cardÃaca. Ela foi medicada e a pressão estava boa, mas quando foram ver já estava com sintomas de infartoâ€. A doutora explicou ainda que existem vários tipos de infarto e que, apesar de Carmen ter feito eletrocardiograma recentemente, o exame é muito simples e não poderia ter mostrado um possÃvel problema no coração da vÃtima. Segundo a doutora, as chances dela ter um problema não diagnosticado era grande, pois existem vários exames que podem atestar problema no coração, apenas uma eletrocardiograma não mostraria.
A irmã acredita que Carmen passou mal por ter feito a mesma cirurgia e sofrido muito com a recuperação na época, o desabafo sobre a morte repentina da irmã não vai trazê-la de volta, mas que sirva de alerta. “É uma dor muito grande. Só não quero que isso aconteça com outras pessoas. Não sabemos se ela poderia estar aqui, o revoltante é saber que poderiam ter feito com mais agilidade e muito mais por elaâ€, finaliza.
Hospital acredita que óbito foi normal
A morte de Carmen Lúcia Herzer parece não ter criado grandes alardes dentro do Hospital São Vicente de Paulo. Em entrevista a nossa reportagem, o diretor da instituição, Dário Clair Staczuk, comentou que a princÃpio tudo foi dentro da normalidade e que não havia recebido nenhuma reclamação até o momento dos familiares, sendo que não poderia se manifestar sobre o assunto sem saber o teor da história. Dário disse que estava sabendo do caso neste momento através da nossa reportagem. “Aguardo a famÃlia para analisar os fatos junto a toda a equipe para ver o que realmente aconteceuâ€, argumenta. Segundo o diretor, existe uma comissão de óbitos que se reúne mensalmente para expor os casos. Sobre a suposta demora no atendimento por parte das enfermeiras e dos médicos, Dário explica que os atendimentos são feitos “o mais rápido possÃvel†após informações da gravidade do caso. O diretor afirma que se a famÃlia fizer uma reclamação oficial vai propor soluções, caso tenha havido alguma falha por parte do hospital e que a instituição nunca esteve tão bem aparelhada para atender as pessoas, além de ressaltar que diariamente são disponibilizados dois médicos no Ponto Atendimento. “A informação nos surpreendeâ€, conclui.
Secretaria de Saúde não se pronunciou
A reportagem tentou durante toda a terça-feira contato com a secretária de Saúde, Jaqueline de Fátima Previatti Veiga, na tentativa de ouvir a versão dos fatos da parte do PA, porém a secretária explicou que estava em reunião durante grande parte do dia com o Conselho de Saúde do municÃpio. Jaqueline alegou que no momento da entrevista não tinha acesso ao prontuário médico para fornecer as informações da morte de Carmen Lúcia Herzer e que não estava no Pronto Atendimento naquele instante, porém se prontificou a conceder entrevista posteriormente e pessoalmente, pois acredita que o assunto deve ser discutido pessoalmente por tratar-se de um óbito. A reportagem da Gazeta se prontificou então, a ouvir sua versão dos fatos no decorrer da semana.
Esses tempos atraz a minha esposa chegou a desmaiar aguardando atendimento e ai Médico revê a cara de pau de dizer que se eu fosse particular iria demorar o mesmo tempo para ser atendida. Se eu tivesse dinheiro na quela hora eu teria esfregando na cara dele!!!!
Vergonha para Mafra, mesmo o hospital sendo bem aparelhado, como disse seu diretor o que ele deve buscar é saber se tem material humano adequado, pois como pode uma enfermeira, se o for, pois a maioria é auxiliar, só de olhar para alguém dar um diagnóstico? Além de tudo são videntes? Preguiça? Falta de compromisso com a vida humana? Despreparo? Falta de profissionalismo? Parece que tudo junto.
Dias atrás conversei pessoalmente com jacqueline Secretaria da Saúde de uma fato semelhante. meu marido estava acompanhando nossa filha e la dentro do PA ele desmaio caindo no chão batendo a cabeça e nem sequer teve ajuda para levantar do chão e nem raio x foi feito. Tivemos que leva-lo por conta própria para fazer uma tomografia pois graças a Deus foi só hematomas esternos poderia ter sido grave devido a gravidade do tombo. Pedi para ela fazer reunião para que não se repetisse mais tal episódio com outras pessoas, pelo jeito continua assim ainda???????????????????? até quando??????
Que horror :O
conhecia ela e o filho, mas não imaginava que poderia chegar aonde chegou.
Aparentava estar bem até 2 ou 3 semanas atrás quando a vi pela última vez.
Chocante.
Isso a 5 anos aconteceu em minha famÃlia. Minha mãe entrou infantada as 18:00 e somente as 23:00 foi diagnosticada. Infelizmente ou é virose ou precisa se acalmar. Muito triste.
Será que o atual Prefeito irá tomar medidas cabiveis quanto a isso, ou continuará em seu castelo de conforto? E os vereadores qual a posição? Isso não cabe cassação, já que é o vocês sabem fazer.
E o vice prefeito, o mesmo do nepotismo e saco preto, não é médico? Fale você quanto a isso, pois o prefeito terá que pedir autorização para os vereadores para falar.
Queria que o fato ocorresse com alguém da famÃlia do “diretor”, quem sabe ele tb acharia tudo dentro da “normalidade”. … Deveria pedir demissão, se tivesse um pouco de humanidade!
Mas é claro que a famÃlia deve oficializar a reclamação.