Córrego é usado como lixão em Rio Negro

Publicado por Gazeta de Riomafra - 11/11/2013 - 17h13

Durante a última semana nossa reportagem recebeu uma denúncia envolvendo uma viela na continuação da rua XV de Novembro, no bairro Campo do Gado próximo a Pedra Caída (Pirambeira). Segundo o informante o local fica a margem do Rio Negro é íngreme, perigoso, sem calçado para pedestres, totalmente deserto, e principalmente incômodo. Os problemas apontados pelo morador são de toda ordem “aqui temos a presença de viciados, traficantes, estupradores e vândalos, servindo também como rota de fuga e esconderijo de prisioneiros, trânsito, desmanche de carros, afinal todo o tipo de ato e presença marginal “ –diz.

Outro problema enfrentado é a grande quantidade de lixo depositado na área. O morador afirma que já houve até despejo de cadáver humano no local, e que são frequentes os despejados deanimais mortos no córrego“Ontem mesmo, quando fui mostrar a margem do Rio Negro a um senhor proveniente de Curitiba, interessado em empreender na região, nos deparamos com intenso mal-cheiro e logo localizamos um cachorro morto.Mais tarde em casa, relatei à minha esposa o ocorrido, interessada em conhecer a área e seu contexto problemático,me acompanhou, cerca de uma hora depois até a viela, acabamos nos deparando com mais um cachorro morto jogado exatamente no mesmo local” – disse o morador.

A situação se agrava pelo fato de, a viela e o córrego, se localizarem a 400 metros de uma estação captadora da SANEPAR “A coleta é feita exatamente na mesma margem, a absorção desta água é para consumo humano, situação esta que dispensa comentários” – disse o morador, que ressalta o fato de no córrego não existe nascente, sendo este alimentado por esgotos clandestinos de empresas particulares.

O morador diz já ter fechado a viela, mas o prefeito na época, ordenou a sua reabertura “naquele mesmo ano,ladrões utilizando da viela para ter acesso à captação da SANEPAR, roubaram suas bombas de água e seu sistema de comando, deixando a cidade por três ou quatro dias sem água, sob severo racionamento” – afirmou.

Para o residente da área uma solução seria reabrir o acesso pelo lado Sul, que inclusive facilitaria o acesso de visitantes à Pedra Caída “eu não consigo entender por que aquele acesso foi fechado” – completou.

A SANEPAR nos informou que realiza visitas diárias a na captação de água e que há um rigoroso controle no tratamento, com a remoção total das impurezas através dos processos de filtração e desinfecção. A companhia afirmou que a comunidade não precisa se preocupar com à qualidade da água.

Nossa reportagem procurou o secretário de Meio Ambiente Izonel Carrara, para saber se existe alguma ação planejada visando solucionar o problema. O secretário informou que está formalizando um projeto para aquela área, junto ao Conselho Municipal de Meio Ambiente “existe sim uma proposta para aquela área, principalmente por conta da Pedra Caída e da captadora da SANEPAR, nós estamos criando um plano municipal ambiental junto com Mafra para fazer o controle dos resíduos de demolições e de obras em geral, a intenção é fazer um plano ligado ao alvará, será criado área de transbordo, por que não adianta nada coletar e não dar o destino correto, estamos articulando também a criação de eco-ponto para atender os moradores que executaram pequenas reformas, e que ao invés de depositar seu lixo em pirambeiras passarão a depositá-lo em lugar correto”- explicou o secretário. (Ver matéria relacionado a este assunto, em outra página desta edição).

Procuramos também a presidente do Conselho Municipal de Meio Ambiente de Rio Negro, Micheli Maclin Liebel John, que negou informações, alegando que nossa reportagem deveria procurar o gabinete do prefeito para obter qualquer esclarecimento sobre o caso. Cabe lembrar que o objetivo dos Conselhos Municipais é a participação popular na gestão pública, para que haja um melhor atendimento à população. Nossa reportagem entendeu que ela como presidente do conselho, teria mais propriedade para falar sobre o assunto do que o prefeito.

Fiscalização

O secretário de Meio Ambiente afirma que está sendo feita a limpeza do local, assim como a fiscalização, ele informou que na semana passada uma pessoa foi autuada por jogar lixo na área “nós notificamos o individuo que foi o penalizado com uma multa de 100 UFPM, no valor de R$ 243,00 e teve ainda que limpar a área onde jogou os restos de obras” – disse

Informou ainda que sempre que a Secretaria do meio ambiente vai fazer verificações, passa pela área para autuar possíveis flagrantes, o secretário pede à população que denuncie atos de desrespeito ao meio ambiente “nessa semana nós recebemos um denuncia onde foi informado a placa de um veiculo, nós estamos investigado para chegar até a pessoa, pedimos população que denuncie, pois só assim poderemos acabar com esse problema, visto que muitas vezes as pessoas vão jogar lixo nos finais de semana ou de noite justamente para evitar a fiscalização ou possíveis flagrantes.” – disse.

Mutirão

Ciente das más condições do córrego próximo a Pedra Caída, a ONG Voz do Rio, enviou um email para a SANEPAR informando sobre a grande quantidade de lixo no local “Nossa postura é educar e prevenir esse tipo de despejo incorreto, mesmo assim nós mandamos um email para a SANEPAR informando sobre as condições do córrego” – disse a representante das ONG Eliana Gutstein.

A ONG realiza nesse sábado o evento SOS Rio Negro, dentro da programação está à limpeza do córrego. A iniciativa contará com a participação de 300 voluntários, 70 entidades.“nós estaremos realizando ação para retirar o lixo do córrego e fazer a destinação correta, contaremos com a participação da Associação dos Catadores que fará a destinação do lixo reciclável, o lixo orgânico será enviado para a Seluma.” –  disse Eliana.

Durante o sábado, mais ações voltadas a área ambiental serão realizadas, “nós iremos plantar 1000 arvores em áreas de enchente, distribuiremos 500 mudas de nativas frutíferas nos pedágios e ainda soltaremos  alevinos nos rios da região, pois existem predardes que não são nativos ameaçado a fauna local, queremos mostra que Rio negro se preocupa com o seu meio ambiente” – finalizou Eliana Gutstein.

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3 comentários publicados
  1. Pirambeira Excluída da Cidade

    O morador afirma que já houve até despejo de cadáver humano no local, e que são frequentes os despejados como rota de fuga e esconderijo de prisioneiros, trânsito, desmanche de carros, kkkkkkkkkkkkk eu morro perto e nunca ouvir falar disso lixo e animais mortos é constante mais isso acima nunca vi

  2. Pretinho Basico

    Saí de Mafra há 11 anos, morei proximo a este corrego há aproximadamante 16 anos e sempre foi assim. O povo não se conscientiza de que é pelo bem da saúde de cada um deles não jogar lixo na água. Minha mãe dizia que quem joga impureza na água o faz dentro da boca da Virgem Maria. Por isso, como nós sempre respeitavamos a Santa Maria, nunca jogamos nada de mal na água. A água é sagrada, vem de Deus e é para todos de graça (exceto pelo atravessamento da Sanepar). E viva nóis…..

    • Tite

      Aleluuuiaaaaa irmão kkk

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