Após a Gazeta de Riomafra publicar, com exclusividade em primeira mão na edição da última quarta-feira, (06/03), a notÃcia de que a Maternidade anexa ao Hospital Bom Jesus de Rio Negro havia fechado as portas e que também o Pronto Atendimento estava sem médicos, a Associação Comercial e Industrial do MunicÃpio realizou reunião no final da tarde de quarta-feira, com a diretoria daquele nosocômio, alguns órgãos de imprensa, vereadores, Clube Soroptimista, SIMOVEN, FIEP, CELESC e integrantes da comunidade, oportunidade em que chegou-se a uma conclusão triste e inevitável: “o hospital não tem como continuar suas atividades diante do déficit adquirido ao longo dos anos†e das péssimas condições em que se encontra sua edificação, inclusive fora dos padrões exigidos nos dias atuais para um hospital. Chegou-se comentar na reunião que é passÃvel até da vigilância sanitária pedir o fechamento do mesmo caso houvesse uma inspeção mais rigorosa.
Na oportunidade, o consenso geral dos participantes foi de que se estude a viabilidade de construir uma nova unidade hospitalar, de pequeno porte, agregada a UPA – que está em fase de construção. Para isso, deverá se criar uma comitiva a qual irá buscar apoio nas esferas municipal, estadual e federal. “Se possÃvel, o atual hospital prestaria atendimento até que se concretize esse planejamentoâ€. A ACIRN, agendou uma nova reunião para o dia 20 desse mês e estará convidando outras entidades que não se fizeram presentes, para se formar a comissão que buscaria os auxÃlios. “Hoje a instituição tem uma dÃvida, entre impostos e fornecedores, no valor de R$ 2,1 milhões, além de estar com toda a estrutura fÃsica não adequada a funcionar como uma instituição hospitalar – seja ela pública ou privada, pois para estar dentro das normas de saúde exigidas, teria que se fazer uma ampla reforma do imóvelâ€, diz o presidente da Associação. O que não seria viável diante do atual quadro em que se encontra. Desde a intervenção de 2006 o hospital não pagou mais as contas de luz e água (Reportagem esta, feita também com exclusividade pela Gazeta no final do ano passado).
Hospital precisa da ajuda de todos, diz a diretoria
Na manhã de ontem (08/03) a imprensa foi recebida pela diretoria do Hospital Bom Jesus que, de igual forma na reunião com a ACIRN, apresentou relatório da atual situação financeira do hospital, que hoje abriga uma dÃvida em torno de R$ 2,1 milhões, entre REFIS; FGTS; INSS; Receita Federal; Ãgua e Luz; Caixa Econômica Federal, fornecedores e processos trabalhistas.
Hoje o Hospital tem aporte de recursos mensais no montante de R$ 240.432,16 contra uma despesa de R$ 334.206,79, ou seja, um déficit mensal de R$ 93.774,63. Há de se lembrar, porém, que da entrada de dinheiro mensal, R$ 165.067,20 são recebidos da Prefeitura Municipal, conforme contrato, para pagamento dos serviços prestados pela Associação Hospitalar, no sentido de garantir o funcionamento ininterrupto 24h/dia, do Pronto Atendimento. Esse dinheiro, no entanto, conforme explanou o presidente do Hospital, pastor Ezequiel Ramos e também o administrador Marlon Witt, os recursos sempre foram utilizados também para manutenção do Hospital e da Maternidade.
Ainda sobre o repasse da Prefeitura, o pastor citou que há defasagem de 76% se comparado ao antigo contrato, firmado em 2003 – isso comparado à alta do salário mÃnimo, que também é considerado defasado atualmente.
O presidente da Instituição – que é filantrópica, destacou que a diretoria não é remunerada e também não é a responsável pela situação em que o hospital se encontra, relembrando que a situação perdura há anos e que a diretoria anterior já havia lhe alertado sobre isso. Ele lembrou que se procurou apoio em todas as esferas, mas não se conseguiu recursos, haja vista estar o hospital impedido de receber verbas do estado e da união por estar inscrito junto ao SERASA, principalmente também pelas dÃvidas de ações trabalhistas do perÃodo 2007 a 2010, em torno de R$ 42 mil.
Ao contrário do previamente acordado em ações durante a reunião com a Associação Comercial e Industrial, a diretoria do hospital, agora, diz que o mesmo é viável, desde que haja o auxÃlio de toda a comunidade, poderes públicos e entidades, empresários, entre outros.
Deseja a diretoria utilizar a tribuna da Câmara na próxima semana, para solicitar um apoio financeiro, até porque o salário dos funcionários referente ao mês de fevereiro, não pôde ser pago por falta de recursos, assim como o auxÃlio alimentação referente ao mês de janeiro. Médicos estão sem receber metade do valor de janeiro e o mês de fevereiro. O presidente destacou que para pagamento de parte dos salários dos funcionários – que está sendo priorizado – tem para receber do governo estadual, Secretaria de Saúde, R$ 80 mil referentes a repasses não efetuados por aqueles, referentes aos meses de janeiro e fevereiro, por questões burocráticas do próprio estado.
Outra alternativa encontrada pelo hospital seria que as empresas do municÃpio viessem a “adotar a reforma de um quarto cada umaâ€. De acordo com o pastor Ramos, “com R$ 5 mil se reforma um quarto e a instituição estaria se adaptando à s normas da Vigilância Sanitáriaâ€, o que hoje não acontece. A proposição deverá ser apresentada no próximo dia 20, na reunião da Associação Comercial e Industrial.
Nossa reportagem indagou sobre a possibilidade de a atual diretoria, formada inclusive por vários pastores, iniciar uma campanha em suas próprias igrejas, obtendo como resposta do presidente que todas as religiões serão convidadas a participar, dentro de suas possibilidades, de forma a reerguer o hospital.
Perguntamos, ainda, sobre a viabilidade de continuação das atividades, mesmo que as empresas realizem as reformas necessárias, haja vista o hospital continuar, então, com a dÃvida de R$ 2,1 milhões e a resposta foi que aos poucos as dÃvidas estão e serão pagas, lembrando-se que não se terá, a partir de agora, despesas com a Maternidade, “dinheiro que será economizado e poderá ser aplicado em outras açõesâ€.
“Com subvenção da Prefeitura não terÃamos 80% dos problemasâ€, diz presidente
O pastor Ezequiel Ramos disse à imprensa que “o grande problema do hospital hoje é que quando o poder público fala em investimentos na saúde, apenas o PA e os Postos de Saúde são lembrados, por ser uma obrigação legal da Prefeituraâ€. Segundo sua explanação, o hospital atende riomafrenses e não é priorizado pelo poder público municipal. “Isso não é desprivilegio desta gestão, pois há muito tempo o hospital vem sendo sucateado, sobrevivendo através de doações de entidades e munÃcipes e, aquilo que recebemos do poder público, resolve apenas momentaneamente o problemaâ€.
Ele ainda diz que não há da parte do poder público, um esforço ou iniciativa para sanar o problema do hospital, que é um problema de saúde pública, já que a população precisa desse serviço “e isso precisa ser resolvido de uma vez por todasâ€.
Para o presidente, no último ano o hospital conseguiu se manter porque, para compensar a defasagem do contrato, a Prefeitura disponibilizou uma subvenção de R$ 100 mil e outra de R$ 400 mil. “Foi com essa ajuda que conseguimos equilibrar o orçamentoâ€.
Reclama, porém, que neste ano a Prefeitura não repassou nenhum subsÃdio e que o prefeito disse não poder fazê-lo, por ser ilegal. Indaga a diretoria, então, se as subvenções do ano passado também teriam sido ilegais. “Se tivéssemos recebido subvenção da Prefeitura, não terÃamos 80% dos problemasâ€, afirmou o pastor Ezequiel.
Ele admite que os médicos, tanto da maternidade quanto do PA, não estão trabalhando em virtude de não haver recebido seus honorários e, por solicitarem alta dos mesmos, o que não é possÃvel. “Se não conseguimos pagar pelo valor estipulado atualmente, como poderÃamos pagar ainda maisâ€, indaga.
Ainda sobre o PA, diz que nos dias em que não houve médicos para atendimento, enfermeiras efetuaram a triagem dos pacientes e, constatados casos de urgência e emergência, os mesmos foram encaminhados ao Pronto Atendimento de Mafra e o restante indicado para comparecerem nos postos de saúde. “A partir da próxima semana a escala do PA deverá estar totalmente fechada, pois estamos contratando uma empresa de fora (Curitiba), que trará profissionais médicos da capital e tentará absorver alguns locaisâ€, destacou.
Gestantes de Rio Negro deverão mesmo ser atendidas na Maternidade de Mafra
Acompanhado do presidente da Câmara, Rodrigo Gondro, o prefeito de Rio Negro, Milton Paizani, visitou o secretário de estado do Desenvolvimento Regional, em Mafra no último dia 07, oportunidade em que solicitou que as gestantes daquele municÃpio sejam atendidas na maternidade Catarina Kuss, de Mafra, que é de gestão do estado de Santa Catarina, com as compensações financeiras sendo repassadas ao Estado Catarinense pelo Governo Paranaense.
As dificuldades que a maternidade do municÃpio paranaense tem passado motivou o pedido. “A maternidade de Mafra é referência, e como somos cidades irmãs, viemos solicitar que nossas gestantes também possam ser atendidas na Maternidade Dona Catarina Kussâ€, explicou Paizani.
Wellington, que nasceu na antiga maternidade de Rio Negro – que funcionava sob a administração das irmãs de caridade na praça João Pessoa, até o final de 2004, se mostrou bastante receptivo e entusiasmado com a proposição do prefeito.
Imediatamente após a solicitação do vizinho municÃpio e estado, o secretário entrou em contato com o governador Raimundo Colombo que prontamente autorizou o andamento para celebração de pactuação entre Santa Catarina e Paraná.
Com sinal verde do governador, os próximos passos são as questões formais, técnicas e jurÃdicas exigidas pela legislação pertinente entre os estados. Uma das principais exigências é o repasse dos recursos referentes aos atendimentos dos pacientes oriundos de Rio Negro e que serão atendidos na Maternidade Catarina Kuss.
O prefeito Milton Paizani agradeceu o interesse e a pronta atuação do secretário regional, afirmando que seu modelo de gestão para a saúde dos rionegrenses é o de dar atendimento de qualidade ao povo e se possÃvel na própria cidade ou em cidades próximas a Rio Negro “e isto tem sido buscado com o apoio de todos os vereadores e dos servidores da nossa Secretaria da Saúdeâ€.
Para o secretário regional, Wellington Bielecki, a saúde tem que ser tratada com bastante responsabilidade. “A nossa preocupação com a saúde das duas cidades, que são irmãs, é bastante grande. Não é uma questão geográfica que vai impedir esta parceria entre os dois estadosâ€, disse.
Ainda segundo Wellington, as questões legais para a concretização da parceria já estão em andamento, e sendo devidamente preenchidas dentro da legalidade exigida, logo as gestantes de Rio Negro poderão ser atendidas na Maternidade Catarina Kuss. “Temos que resolver a questão legal, para que o valor da tabela SUS seja repassada do Paraná para Santa Catarina. Mas o governador Raimundo Colombo já autorizou a parceria e logo as gestantes rionegrenses serão bem atendidas aqui em Mafraâ€, completou.
A documentação necessária já está sendo preparada e encaminhada, para que todos os trâmites sejam feitos e a parceria comece a funcionar.
Diante deste triste e lamentável episódio ficam vários questionamentos e reflexões: Como e quem deixou o Hospital Bom Jesus chegar a esta situação? Será que a tal intervenção em 2006 não foi um fator decisivo para que hospital adoecesse financeiramente, principalmente devido ações trabalhistas e o não pagamento dos compromissos naquela época? Faltou empenho da classe politica e dos poderes públicos municipal, estadual e federal, principalmente nos últimos anos? Com certeza, muitos erros houveram, porém o que demonstra é a grande falta de comprometimento com saúde pública daqueles que deveriam telo e não o tiveram. E quem está pagando caro por isto é toda a sociedade rionegrense, que está presenciando o querido Hospital Bom Jesus, talvez, infelizmente dando seus últimos suspiros.
Thiago. Tem razão. Só uma coisa. Mafra e Rio Negro (JUNTAS) estão um M total. Não existe exclusividade na baderna.
Sugiro que quando um de vocês, rionegrenses, precisar de P.A ou maternidade ir deitar no seu asfalto perfeitinho e sem buracos. Quem sabe o asfalto cura seus problemas e faz o parto de seus filhos.
Enquanto isso, lá em Curitiba, o casal Schwaroski vai muito bem, obrigado.
ah !
lembrando que não é rio negro q atrasa mafra não…
são voces mesmos que se atrasam…
mafrenses, fiquem quietos !!
voces não podem falar nada de rio negro…
mafra tá uma m…da a muito tempo..
é claro que rio negro tbm tem problemas,
mas nem se compara o de voces…
rio negro é o hospital e maternidade que vão mau,
e aà em mafra ?
é escândalo atrás de escândalo…
elegem um prefeito mas em seguida o mesmo é caçado… rsrsss…
ruas totalmente esburacadas…
tem que comprar um jipe pra andar em mafra…
RIO NEGRO , NÃO SE TORNOU REGIÃO METROPOLITANA DE CURITIBA ? VÃO PEDIR AJUDA LÃ!
Sabe aquela história do irmão que se aproveita do outro? Rio Negro está bem assim!
Como foi que chegamos a este ponto! Vergonha Total!!!!
o povo de rio negro trocou o hospital por asfalto…
Concordo plenamente com as palavras da Any. Entra ano e sai ano, é sempre a mesma história em Rio Negro, “hospital está falido, sucateado! ” então os governantes resolvem fazer bingo, rifa de leitão, arrecadação em eventos e assim por diante. Será que não vem verba estadual para a saúde em Rio Negro? ou será que essa verba se “perde” em algum lugar?.
Aposto tudo o que eu tenho, que se o governo anterior tivesse utilizado a grana gasta e superfaturada para fazer metade das praças e asfaltos em ruas que não passam mais do que 10 carros por dia, em melhorias e para quitar as dividas do hospital, não estaria o caos que está.
Essa foto aà em cima mostra tudo. Todos sorrindo. Não parecem nada preocupados. Afinal, as eleições estão bem longe e até 2016 o povo já terá esquecido tudo isso. Por enquanto, vamos mandando todos os doentes e gestantes pra Mafra.
Rio Negro -> Cidade abandonada.
É uma palhaçada isso,ESSE PESSOAL esta tranquilo por que tem Mafra ai do lado,que em caso de emergencia nao vai recusar de atender ninguem,e a maternidade tbm(apesar de alguns medicos de la serem terriveis),Eles estão acomodados isso sim,depois que fizeram a M****,que se rasque,quero so ver qdo Mafra resolver fechar as portas pra Rio Negro o que ELES vão fazer.E quem paga por tudo isso???Nós o povo que paga impostos e o dinheirinho que ta no bolso de muitos….
É lamentável essa situação na área da saúde, e estranho que Rio Negro estege se não estou enganado entre os dez (10) primeiros municipios do estado do paraná em arrecadação de ICMS e deichar sucumbir um único hospital e maternidade que hora se diga de passagem é patrimonio histórico do municÃpio.Isso é uma vergonha e descaso do poder púbulico que esteve no comando de outras gestões. Ruas ,avenidas, a ser asfaltadas, praças canteiros de flor e outros ornamentos podem esperar, mais a saúde de cada cidadão, irmãos rionegrenses, não tem preço tem que ser priorizado e respeitado por qualquer gestor público!!!!
O que acho estranho é a câmara de vereadores até agora não se manifestar formalmente e se posicionar em defesa dos Rionegrenses, cobrando soluções e apresentado projetos e formas para enfrentamento do problema.
A pergunta é: como foram se preocupar tanto com a beleza da cidade com asfaltos e canteiros e foram esquecer da qualidade de vida da sua população?
A segundo pergunta é: cadê as ações para “virar o jogo e dar a volta por cima”? Ou será que os gestores públicos vão se acomodar e sacrificar a cidade vizinha para sempre?