Boa tarde galera, depois de um tempo ausente por motivos de saúde e ordem pessoal, estou de volta para continuarmos as nossas analises pelos anos terminados em “1”, como disse na matéria passada, vale relembrar:
Vamos começar uma série de matérias abordando os anos terminados em “1″, bem como sua importância, o que de mais relevante aconteceu para aquele ano, e refletiu em toda a década, pois se pararmos para analisar, os anos iniciais de uma nova década, nos mostram as tendências que iram refletir em toda ela.
Portanto este post continua o trabalho de relembrar o que acontecia há décadas atrás, começado pelo post de 1971. Agora, falaremos sobre o ano de 1981, um ano que também trouxe inúmeros clássicos musicais. Bandas iniciavam caminhadas fantásticas, outras recuperavam seu prestígio. Artistas iniciavam carreiras solo e bandas consagradas continuavam sua carreira com novos integrantes. Estilos musicais surgiram neste fatídico ano, e este post vai tentar relembrar tudo isso. Sem mais delongas, vamos aos trabalhos.
A Guerra Fria ainda estava rolando no começo dos anos 80, e as ditaduras sul-americanas, apesar de enfraquecidas, ainda insistiam em se manter. Atentados à vida do presidente dos EUA, Ronald Reagan, e ao papa João Paulo II, marcaram o começo de uma década violenta. Os primeiros casos de AIDS são diagnosticados nos EUA. Depois dos exageros do rock progressivo dos anos 70, o punk surgiu tentando trazer de volta ao rock sua simplicidade e seu ataque mais direto. Os Ramones já estavam estabelecidos como um grupo de sucesso, os Sex Pistols já tinham se dissolvido e o The Clash seguia uma carreira de sucesso no começo dos anos 80. A New Wave vinha com força e trazia diversas bandas a reboque: Talking Heads, B-52’s, The Smiths e Pretenders, dentre outras. O heavy metal também se reinventava com a New Wave Of British Heavy Metal (NWOBHM), que nos trouxe Iron Maiden (neste ano trocando de vocalista: saía Paul Di’Anno e entrava Bruce Dickinson), Saxon e outras excelentes bandas. 1981 também ficou marcado pelo surgimento de três bandas que iriam definir um novo estilo chamado thrash metal: Metallica, Slayer e Anthrax.
No Brasil, o rock nacional começava lentamente a ressurgir. Em Brasília, o Aborto Elétrico já era famoso no underground mas iria se dissolver naquele ano, originando outras duas bandas: Legião Urbana e Capital Inicial. A Plebe Rude surgiria também neste ano. No Rio de Janeiro, Blitz e Barão Vermelho já começavam a trilhar seus caminhos no underground para estourar no ano seguinte. Paralamas do Sucesso,Ultraje a Rigor, Ira! e Titãs também estavam nos trilhos que os levariam ao sucesso alguns anos depois.
Pra finalizar, este também foi o ano da morte de um grande artista, Bob Marley, falecido em maio de 1981, de complicações de um melanoma. Sua obra acaba se confundindo com o estilo reggae, que ele praticamente criou junto com o seu grupo The Wailers.
Vamos então aos discos trintões que foram lançados nesse ano de 1981 e nos deram as diretrizes de como seria a década de 80:
Iron Maiden – Killers – este disco já mostrava uma banda mais madura em suas composições. Lançado no início do ano, foi a estreia de Adrian Smith na banda (entrou no lugar de Dennis Stratton). Também foi a estreia do lendário produtor Martin Birch, que conduziu as gravações dos grandes clássicos do Deep Purple, Rainbow, Whitesnake e Black Sabbath (ver abaixo “Mob Rules”). A entrada de Adrian trouxe um trabalho mais conciso e maduro de guitarras, e Martin Birch conduz a produção elevando o som do Iron Maiden diversos degraus com relação ao disco anterior. O disco começa com a instrumental “The Ides Of March” (existe uma polêmica de que esta música teria sido composta em parceria com Paul Samson – ela aparece com outro nome no segundo álbum do Samson lançado neste ano – ver abaixo), e logo a seguir encontramos o clássico “Wrathchild”. “Murders In The Rue Morgue” é outro clássico. O disco é praticamente todo composto por Steve Harris, com exceção da faixa título, que ele compôs em parceria com Di’Anno. Outros destaques incluem a lentinha “Prodigal Son” e “Drifter”. Nos EUA, a canção “Twilight Zone” foi incluída no lançamento (não confundir com a música homônima do Rush, do álbum 2112). Tantos fatores positivos acabaram sendo ofuscados pela saída do vocalista Paul Di’Anno, alguns meses depois. Ainda bem que seu substituto, Bruce Dickinson, não só deu conta do recado, como ajudou a transformar o Iron Maiden numa das maiores bandas de heavy metal da história.
Rush – Moving Pictures – uma das maiores obras primas do rock progressivo, este disco do Rush acaba sendo um reforço na volta à simplicidade nas composições da banda. Depois do ultra-complexo “Hemispheres”, “Permanent Waves” já tentava simplificar um pouco as canções, mas o ponto alto da perfeição da banda foi atingido neste disco. Começamos com a música mais famosa deles, “Tom Sawyer”, famoso tema da série “Profissão Perigo” aqui no Brasil, que provavelmente conquistou muitos fãs brasileiros para a banda. “Red Barchetta” é outro clássico (letra inspirada por um modelo de carro da Ferrari), “YYZ” é a instrumental que o público brasileiro insiste em “cantar”, e “Limelight” é outra preferida dos shows da banda. O segundo lado traz a última música longa do Rush, “Camera Eye”, de mais de 10 minutos. O disco possui homogeneidade, qualidade incrível nas composições, perfeição característica da banda na execução das músicas, e é um dos meus discos favoritos, provavelmente o que me fez virar fã roxo da banda de vez. Assistir a sua execução no show da banda em 2010 foi um prazer indescritível . Que outras bandas nos presenteiem com estas execuções inteiras de álbuns clássicos!
Van Halen – Fair Warning – este foi o quarto disco da formação clássica do Van Halen, e também o que menos vendeu. Apesar de ter vendido pouco, e ser um disco curto, ele é direto e matador, mostrando mais uma vez todo o talento desta sensacional banda americana, centrado no virtuoso Eddie Van Halen. A cozinha também segura bem e David Lee Roth continua o mesmo de sempre. Este disco caminha por trilhas mais sombrias e experimentais que os anteriores; segundo a Wikipedia, foi o começo de uma cisão de ideias no direcionamento sonoro da banda: Roth queria mais sons pop, enquanto Eddie queria e conseguiu este caminho baseado em trabalhos mais complexos, orientados a sua guitarra. O disco abre com “Mean Street”, um hard rock de primeira, com uma introdução típica de Eddie. Outros destaques incluem “Sinner’s Swing”, “Unchained” (talvez a mais conhecida do disco) e “So This Is Love?”. Reparem também na instrumental “Sunday Afternoon In The Park”, com os primeiros passos de Eddie com sintetizadores.
Peter Frampton – Breaking All The Rules – sétimo disco da carreira solo de Frampton, este disco traz um som bem roqueiro, cru na sua essência. É uma espécie de versão mais amadurecida do disco anterior, “Rise Up”, lançado apenas aqui no nosso Brasil para promover a turnê de Frampton pelo nosso país na época. Este disco contém um dos maiores clássicos de Frampton, a faixa título, famoso tema das propagandas dos cigarros Hollywood. Além desta fantástica canção, o disco possui coesão e composições fortes, fazendo dele um destaque na discografia de Frampton. Destaco as canções “I Don’t Wanna Let You Go”, “Rise Up”, “You Kill Me”, “Lost a Part of You”, além da faixa título, claro.
Samson – Shock Tactics – o Samson é uma banda oriunda do movimento NWOBHM, um movimento que trouxe o heavy metal de volta à tona no final dos anos 70/começo dos anos 80. Seu som era mais cru e menos elaborado que o do Iron Maiden (tinha apenas um guitarrista, talvez este seja o motivo). Mas o Samson chamaria a atenção posteriormente, porque de seus integrantes sairia o substituto de Paul Di’Anno no Iron Maiden: o vocalista Bruce Dickinson, na época chamado de “Bruce Bruce”. Este disco apresenta uma boa performance de Bruce (conhecido também como Mr.Air Raid Siren na época), e também do homem que deu o nome à banda, Paul Samson, seu guitarrista. Os destaques do disco, para mim, são as canções “Riding With The Angels”, “Earth Mother”, “Blood Lust” e “Grime Crime”. A balada “Communion” fecha o disco de forma meio melancólica, em tom de despedida. O som da banda me lembra muito o do Montrose, banda americana precursora do gênero. Um grande álbum que acabou ganhando importância pelo destino de um de seus membros. E a importância deste membro era tanta que a banda nunca mais conseguiu chegar a um sucesso considerável depois de sua saída. A banda acabou de vez em 2002, quando o membro fundador Paul Samson faleceu.
Motörhead – No Sleep ‘Til Hammersmith – este disco é o ápice de uma sequência fantástica de lançamentos da formação mais clássica do Motörhead (Lemmy – baixo e vocais, Fast Eddie Clarke – guitarra e Phil Taylor – bateria), que culminou com este foguete supersônico, quase similar a assistir a um show da banda. E o álbum não é um disco clássico ao vivo, com virtuoses, grandes improvisos, etc. É porrada na orelha!! Para dizer ao que veio, já começa com “Ace of Spades”, direto, na veia. O repertório é clássico e inclui os principais petardos da banda na época: “Stay Clean”, “Metropolis”, “Overkill”, “(We Are) The Road Crew”, “Bomber” e o final apoteótico com “Motörhead” e as sirenes. Este foi o disco de maior sucesso do Motörhead, conseguindo a proeza de chegar ao topo da parada inglesa. A edição remasterizada de 1996 ainda traz algumas bonus tracks, como a faixa “Over The Top” e uma versão para “Train Kept a Rollin'”, dos Yardbirds.
Rolling Stones – Tattoo You – este disco é uma volta dos Stones ao verdadeiro rock and roll, de onde eles nunca deveriam ter saído. É um retorno aos grandes rockões, como o de abertura, “Start Me Up”, clássico da banda. E esse retorno pode ser considerado até um pouco “falso”: este disco, na verdade, foi composto de canções que já estavam pré-gravadas em sessões de outros álbuns. As únicas totalmente gravadas em uma sessão para este disco foram “Neighbours” e “Heaven”. Ainda assim, o álbum foi um sucesso estrondoso, tanto de crítica quanto comercialmente – foi o último disco dos Rolling Stones a alcançar o topo da parada americana. Além do clássico “Start Me Up”, já citado, destaques para as excelentes “Hang Fire”, “Black Limousine”, a lentinha “Tops” e a balada “Waiting on a Friend”. Depois do lançamento deste disco, a banda embarcou em uma grande turnê, que acabou gerando o disco “Still Life” e o vídeo “Let’s Spend The Night Together”. Este vídeo foi vendido em bancas de jornal há um tempo atrás, tanto em fita de vídeo como em DVD.
Triumph – Allied Forces – para quem não conhece, o Triumph é uma banda canadense de hard rock, costumeiramente comparada ao Rush (talvez por ser também um trio canadense, e a voz de Rik Emmet lembrar um pouco a voz de Geddy Lee), que fez sucesso no final dos anos 70 e começo dos anos 80. Este disco foi o quinto da banda, e fez sucesso nas paradas americanas, atingindo a posição de número 23. A sonoridade da banda neste disco tende a um hard rock mais melodioso, talvez procurando atingir o estrelato que o Rush já tinha alcançado (deu certo, já que este é um dos álbuns de maior sucesso da banda). Destaques para as faixas “Fool For Your Love”, a balada “Magic Power”, o poderoso hard da faixa título e a excelente “Fight The Good Fight”. A banda seguiu na ativa até o começo dos anos 90, quando se dissolveu completamente. Em 2008, a banda voltou a se reunir para uma turnê pela Europa e EUA. Para quem não conhecia, vale a pena correr atrás!
Iron Maiden – Maiden Japan – este EP do Iron Maiden pode ser considerado a despedida de Paul Di’Anno. Quando foi lançado, o vocalista já tinha saído da banda. Seu nome foi inspirado por outro disco ao vivo muito famoso, o “Made In Japan” do Deep Purple. Apesar de conter originalmente apenas 5 canções, é um EP que fez muito sucesso na época em que foi lançado. Um dado curioso da época foi uma capa alternativa que chegou a ser lançada na Venezuela, que trazia o mascote Eddie com a cabeça de Di’Anno em sua mão – somente depois do lançamento inicial se percebeu a ironia na capa (com a saída do vocalista, pareceu um pouco ofensivo a cabeça decapitada) e rapidamente esta capa foi retirada do mercado, se tornando item de colecionador. Anos mais tarde, o disco seria lançado com o conteúdo ampliado, com todo o set da apresentação.
Saxon – Denim And Leather – quando o movimento NWOBHM surgiu, o Saxon era a banda mais promissora, a banda que os críticos mais apostavam. Só depois de alguns anos que o Iron Maiden acabou estourando mundialmente e os superou em popularidade. Neste disco, quarto de estúdio da banda, o Saxon trouxe um heavy metal clássico, muito bem tocado e inspiradíssimo, homenageando os fãs do estilo: o título do álbum é relacionado à vestimenta tradicional dos headbangers, com calças jeans e jaquetas de couro. Destaques para o grande clássico “Princess Of The Night”, “Never Surrender”, “And The Bands Played On” e a faixa título. Este foi o último disco com a participação do baterista Pete Gill, que saiu da banda e acabou entrando no Motörhead, onde gravou outro disco clássico pouco tempo depois, “Orgasmatron”. O Saxon seguiu sua carreira com algum sucesso nos próximos discos, mas se envolveu em uma disputa interna entre os membros da banda, disputa que chegou aos tribunais pelo direito de uso do nome.
U2 – October – este segundo disco dos roqueiros irlandeses não teve uma recepção tão calorosa na época, talvez graças aos muitos temas religiosos em suas letras. Musicalmente, a banda evoluiu, especialmente no trabalho de The Edge, que além de avançar em seu agora famoso estilo de guitarra, até arriscou o uso de teclado em algumas músicas (no lançamento seguinte, “War”, uma faixa com uso de teclados ficaria muita famosa – “New Year’s Day”). Destaque para as canções “Gloria” (uma de minhas preferidas, especialmente a versão que abre o disco ao vivo “Under a Blood Red Sky”), “I Fall Down”, “Tomorrow” e “With a Shout (Jerusalem)”. Em 2008, este disco seria relançado remasterizado e com um disco extra de bonus tracks.
Ozzy Osbourne – Diary Of A Madman – este disco, segundo com Randy Rhoads na guitarra, tem sua sonoridade continuada do álbum anterior, o mais que clássico “Blizzard of Ozz”. A formação que gravou é a mesma, apesar de Bob Daisley e Lee Kerslake não levarem o devido crédito (em 2002, Sharon Osbourne resolveu apagar os dois de ambos os discos e relançou os álbuns com as partes de baixo e bateria sobrepostas por novas gravações de Robert Trujillo e Mike Bordin). Este disco não apresenta nenhuma música tão conhecida, mas tem uma qualidade muito parecida com o disco anterior. Meus destaques ficam para “Over The Mountain”, “Believer” e “Diary of a Madman”. Lembrando que este foi o último disco gravado por Randy Rhoads, que faleceu em um acidente de avião no ano de 1982.
Rush – Exit… Stage Left – após o lançamento do clássico supremo “Moving Pictures” no começo do ano (ver acima), o Rush seguiu sua fórmula da época, que dizia que após quatro discos de estúdio, vem um disco ao vivo. Este registro documenta a fase progressiva da banda, considerada por muitos a melhor fase (me inclua nestes muitos, por favor). Todos os sucessos desta fase estão presentes: “The Spirit Of Radio”, “Red Barchetta”, “Closer To The Heart”, “The Trees”, “Tom Sawyer”. Além destas, destaco “YYZ”, com um solo de bateria já clássico do monstro Neil Peart, a versão completa de “Xanadu” e a instrumental “La Villa Strangiato”, que fecha o disco. Uma curiosidade, que confesso nem tinha percebido antes de ler na Wikipedia, é que a capa e contracapa deste disco traz referências visuais a todos os discos anteriores da banda.
Black Sabbath – Mob Rules – segundo disco do Black Sabbath com o fantástico, carismático, competente e meu vocalista preferido, Ronnie James Dio. Depois de um primeiro disco completamente sensacional, que recuperou a carreira do Sabbath, o lançamento deste segundo disco gerou muita expectativa. Talvez este não seja tão bom quanto “Heaven And Hell”, mas é um petardo de heavy metal de qualidade absurda. Foi a estreia de Vinny Appice em estúdio, ele que substituiu Bill Ward no meio da turnê de promoção do disco anterior. Produzido pelo lendário produtor Martin Birch (ver acima o disco “Killers”, do Iron Maiden), o disco traz aquele heavy metal pesado, impulsionado pelos riffs incríveis de Tony Iommi, uma cozinha poderosa alimentada pelo baixo de Geezer Butler, e as letras e vocais do mestre Dio. Logo de cara, “Turn Up The Night”, um metal rápido e poderoso, cortesia do riff cortante de Iommi. “Voodoo”, que acabou sendo single do disco, pra mim é uma das mais fracas do álbum. “The Sign Of The Southern Cross” é uma música completa, com o lirismo de Dio se completando com o peso da banda e transformando esta canção em um clássico do Sabbath. Outros destaques do disco são a faixa título, um arrasa quarteirão para os shows, a dupla “Country Girl” e “Slipping Away”, com riffs excelentes, e “Falling Off The Edge Of The World”, mais uma vez seguindo a combinação do vocal lírico de Dio com o peso da guitarra de Iommi. Esta formação do Sabbath lançaria a seguir um fantástico disco ao vivo, “Live Evil”, mas por desavenças acabou se separando. Voltaram em 1991 com outro grande disco, “Dehumanizer”, e voltaram a se separar, desta vez por desavenças sobre abrir um show para Ozzy Osbourne. Finalmente, em 2006, esta formação se reuniu novamente, desta vez usando o nome “Heaven & Hell”, e só tocando repertório gravado por Dio nos vocais. Lançaram mais um belo álbum, “The Devil You Know”, até a morte do mestre Dio em maio de 2010. Rest in peace, mestre!!
AC/DC – For Those About To Rock – este magnífico álbum significou o apogeu para a grande banda australiana. Foi um longo caminho até o topo, mas este disco conseguiu, chegou ao topo da parada americana. O título do álbum foi inspirado, segundo a Wikipedia, na fala dos antigos gladiadores romanos, que reverenciavam o imperador, dizendo: “nós, que estamos para morrer, o saudamos”. Musicalmente, o disco segue pelo mesmo caminho iniciado por “Back In Black”, o primeiro disco com Brian Johnson nos vocais. Ainda produzido por Robert John “Mutt” Lange (terceiro e último), que conduz um som pesado clássico, cristalino, com vocação para o sucesso duradouro. Destaque absoluto para a faixa título, que se tornou tão importante para a banda que até hoje é usada pra encerrar os shows. Podemos destacar também “I Put The Finger On You”, “Let’s Get It Up”, “Inject The Venom”, “Evil Walks” e “C.O.D.”. Segundo a biografia da banda, para a turnê de divulgação deste disco, a banda adquiriu dois canhões e disparava-os ao tocar a faixa título. Citando diretamente o livro, “Era uma batalha constante para conseguir permissão para usá-los todas as noites”. Mais rock and roll, impossível!!
Venom – Welcome To Hell – disco de estreia desta banda que praticamente criou um estilo maldito, que muita gente relega a segundo plano, o black metal. Um som tosco, mal gravado, mas que revolucionaria e criaria um novo estilo. A banda usava apelidos para seus integrantes: Conrad Lant, baixista e vocalista, virou Cronos; Jeffrey Dunn, guitarrista, virou Mantas; e Tony Bray, baterista, virou Abaddon. Os títulos e as letras das músicas indicam claramente a temática da banda, completamente satanista – se somos forçados a aturar baboseiras religiosas, porque não satanismo? O lance aqui, geralmente, não é a ideologia religiosa e sim a forma de protesto que a banda usa contra as religiões tradicionais, caretas e preconceituosas. Independentemente da temática das letras, a banda tem grande importância no universo heavy metal, tendo sido a precursora do estilo black metal citado e tendo também influenciado diversas bandas thrash metal que estavam surgindo nesta mesma época. Os destaques deste disco ficam para“Welcome To Hell”, “Witching Hour” e “In League With Satan”. Nos anos seguintes, a banda veria seu sucesso crescer e até arriscaria um disco conceitual, “At War With Satan”. Mais tarde, passaria por diversas mudanças na sua formação, mas ainda se encontra na ativa.
Mais uma vez, poucos destes álbuns receberam um tratamento especial para relançamento, erro de estratégia das gravadoras. As bandas também devem perceber que uma turnê de homenagem a um disco clássico agrada muito aos fãs. Algumas bandas perceberam este filão e estão aproveitando, mas outras ignoram completamente.
Meus caros, mais uma vez foi um grande prazer escutar todos estes discos para fazer este post. Continuem acompanhando as novidades do blog, peço mais uma vez desculpas pela ausência, mas espero em breve estar totalmente recuperado e me fazer ainda mais presente aqui, já nos preparando para 2013, o Blog Rocknauta vem firme e forte com novidades, aguardem.
Por hoje é isso galera, no próximo texto abordaremos o ano de 1991, vamos ver o que ele nos guarda, talvez intercalarei com alguma outra matéria antes, termino lhes deixando alguns vídeos, com músicas dos discos citados acima do ano de 1981.
AC/DC – For Those About To Rock (For Those About To Rock)
http://www.youtube.com/watch?v=trVcO02nwAE
Black Sabbath – Mob Rules (Mob Rules)
Motörhead – Motörhead (No Sleep Til Hammersmith)
http://www.youtube.com/watch?v=nIGWs1-_hNY
Rolling Stones – Start Me Up (Tattoo You)
Tenham todos uma ótima noite e até a próxima.