Simplesmente Led Zeppelin.

Publicado por Cris Fagundes - 27/07/2012 - 17h59

Boa tarde galera, ontem a máquina não ajudou então estarei postando hoje, a matéria de quinta-feira (26 julho), hoje iremos abordar uma banda importantíssima para consolidar o Rock and Roll, e muitas vertentes e elementos que foram agregados ao Rock e seus gêneros, com vocês Led Zeppelin, sem mais delongas, vamos aos trabalhos.

Led Zeppelin: chumbo no rock.

Quando procurava formar sua banda, Jimmy Page estava antenado com as mudanças que ocorriam em todo panorama cultural naquele que foi o mais importante ano da década: 68. Os estudantes franceses faziam barricadas e
brigavam com a polícia, nos Estados Unidos queriam “levitar” o Pentágono em protesto contra a guerra do Vietnã, no Brasil, o teatro radicalizava com “O Rei da Vela” e o na música nascia o movimento tropicalista. Os Beatles já tinham lançado sua obra-prima, Sargent Pepper’s; os Stones, o Their Satanic Majesties Request e o Beggar’s Banquet.

Alguns grupos de vida paralela — Animals, Kinks e o próprio Yardbirds — estavam dando lugar a novas experiências como o King Crimson, The Who, Troggs, saindo do rithm’blues para trabalhos mais revolucionários. Page sabia que o momento era o adequado para o lançamento de uma nova banda que tivessse uma proposta nova. Já havia tocado com Clapton, John Mayall, e substituído Jeff Beck como guitarra-solo nos Yardbirds. Agora queria seu grupo. Com o fim esperado dos Yardbirds, criou o New Yardbirds, na realidade o embrião do Led Zeppelin. Precisava porém dos músicos certos e ninguém queria investir no seu projeto. Na realidade Page pensava em fazer um trabalho mais acústico, mais folk e não o trovão que seria o Zeppelin. Queria uma música intermediária entre o suave e o pesado. O mercado, contudo, pedia um som mais pesado, como o Iron Butterfly, que sobrevivia nas paradas americanas há anos com o álbum In-A-Gadda-Da-Vida, com suas repetitivas, saturadas e distorcidas escalas de blues. Page já havia feito incursões experimentais no Yardbirds com o arco de violino tocando as cordas da guitarra (o filme The Songs Remais the Same apresenta sua performance com essa estranha mistura) e queria mostrar alguma coisa a mais.

Enquanto não fechava o círculo, Page trabalhava em estúdio. Na ocasião estava participando do LP de Donovan, Hurdy Gurdy Man, e John Paul Jones perguntou se ele não precisava de um baixista no novo grupo. Ok, um músico que conhecia bem, e um bom músico, ele já tinha. Agora precisava de um cantor, mas não apenas um vocalista comum, e sim alguém com força e que tivesse o domínio do palco, que pudesse ser o oposto da guitarra, o outro lado forte da banda. Os bons cantores da época estavam todos ocupados. Terry Reid, um garoto promissor de 18 anos foi consultado mas também estava contratado, então recomendou um outro garoto que cantava em um grupo de Birminghan, no norte da Inglaterra. Ele era chamado “o selvagem do blues da terra negra” e liderava a banda Hobbstweedle. Seu nome: Robert Plant.

Jimmy saiu de Londres com o empresário Peter Grant e o baixista dos Yardbirds, Chris Dreja, e foi até Birmingham ver um show de Plant na faculdade local. Ele usava um caftã mouro e colar de contas, cabelos enormes, mas o que mais intrigou Jimmy foi aquele soprano, aquele uivo lancinante e a sensualidade carregada e própria de Plant. O choque foi grande mas Page demorou ainda um pouco para se decidir. Alguns dias depois convidou Plant para ir até sua casa, onde mostrou seus discos favoritos e falou, falou, falou sobre o que queria fazer: uma música pesada, porém com toques mais leves e lentos, dinâmica, luz e sombra. Plant topou a parada e recomendou o baterista que tocara com ele, John Bonham, um peso pesado, vigoroso, que todos chamavam de Bonzo por causa do personagem de uma tira de quadrinhos. Bonzo também fazia um som particular, costumava forrar o interior do bumbo com papel alumínio e a porrada de sua baqueta fazia aquilo soar como um canhão. Quando ouviu Bonzo, Jimmy decidiu enfim que tipo de som faria. A formação estava completa. No primeiro ensaio, a primeira música que tocaram foi “The Train Kept a-Rollin?”, que é o número apresentado pelos Yardbirds no filme Blow-Up.

Algumas semanas de ensaio depois, e eles estavam excursionando pela Escandinávia, com o nome de New Yardbirds. Na volta Jimmy percebeu que não tinha sentido aquilo, pois o grupo tinha outra identidade. Keith Moon, baterista do The Who e ídolo de Bonzo deu a sugestão para Led Zeppelin. O grupo passou a se apresentar nos clubes de Londres, mas não sensibilizava o público. Jeff Beck e Clapton chamavam toda a atenção dos jornalistas e ninguém prestava muita atenção no trabalho ainda em formação de Page. Peter Grant percebeu que não iam conseguir nada e decidiu levar o Led Zeppelin para os Estados Unidos. Uma cantora veterana, desconhecida aqui (Dusty Springfield) recomendou o grupo aos executivos da Atlantic e logo depois o Zeppelin era um dos primeiros grupos ingleses a assinar contrato com uma gravadora americana. Mas Peter era esperto e sabia que não adiantava muito concorrer com o Jeff Beck Group, onde Rod Stewart conquistava com seu carisma a atenção do público a ponto de encobrir a figura de Jeff. Esse, aliás, um dos motivos que levou ao fim do grupo. Com o Jeff Beck Group fora de cena, a pista toda era do Zeppelin. O primeiro disco saiu ainda em 68 e foi sucesso imediato.

Durante alguns anos o Led Zeppelin deixaria mais do clássicos, muitas histórias envolvendo misticismo, magia, alguns acidentes e duas mortes que levariam o grupo ao fim, o grupo teve importância fundamental na disseminação de duas vertentes do rock: o heavy metal e o hard rock.

Os acidentes começaram quando o Led decidiu voltar a Inglaterra para uma excursão, após o lançamento do álbum “Phisical Graffiti”, um dos discos mais caros do rock até então com sua capa cheia de janelinhas vazadas. Eles haviam se apresentado na Inglaterra um ano e meio atrás e agora planejavam a que seria a maior excursão do Zeppelin, quando Plant tem uma infecção de garganta. Logo depois Jimmy Page tem o dedo médio da mão esquerda prensado na porta de um trem. A excursão foi um sucesso porque o Zeppelin tinha um equipamento revolucionário de som e luz e John Bonham e J. Paul Jones seguraram o pique do grupo. J.P. Jones não era apenas um tecladista e baixista inspirado. Ele foi a essência musical do Zeppelin, o construtor da tecitura harmônica do grupo. Bonzo, de seu lado, segurava o pique com sua bateria de trovão. Curiosamente, naquele ano a Playboy elegeu Karen Carpenter “a melhor baterista do ano”, com Bonzo ocupando a segunda colocação.

Plant voltaria a se acidentar logo depois, esborrachando o carro durante as férias na Grécia. E em 77, em plena turnê, recebe a notícia de que seu filho Karac, de cinco anos, havia falecido. Bonzo morreria dois anos depois, de overdose de vodca, acreditem. Foi o fim.

O Led Zeppelin, porém, voltaria a se reunir em três ocasiões: em 1985, para o show beneficente Live Aid, com Tony Thompson na bateria; no aniversário de 40 anos da gravadora Atlantic, em 1988, com Jason Bonham na bateria e, mais recentemente, em dezembro de 2007, em uma homenagem a Ahmet Ertegun, fundador do selo americano Atlantic Records, que apostou em 1968 no potencial daqueles quatro jovens britânicos que haviam acabado de formar o Led Zeppelin.
As várias tendências musicais do grupo foram fundidas apenas no seu quarto álbum, sem título, que é usualmente chamado de “Zoso”, “Four Symbols” ou simplesmente “Led Zeppelin IV”.
Esse disco permanece como uma obra radical, apontando questões de forma e conteúdo: o quarto álbum não tinha nome e o nome da banda também não aparecia na capa. O disco incluía temas que dariam origem ao chamado heavy metal, como “Black dog”, o misticismo folk de “The battle of evermore” (cuja letra foi inspirada nos livros da saga “O Senhor Dos Anéis”) e a inacreditável “Stairway to heaven”, sucesso estrondoso e imediato em vários países, aclamada por muitos críticos e pesquisadores como o maior clássico do rock de todos os tempos.
Sobre os símbolos de magia e ocultismo:

 O quarto e mais radical disco do Led Zeppelin, lançado em 1971, não tem título, mas traz na contracapa uma sequência de símbolos manuscritos sobre os quais ainda pairam muitas dúvidas. Os biógrafos não fecham questão sobre os significados, mas concordam que cada um dos símbolos tem origem nas ciências da magia e representa um integrante da banda. Confira as versões mais conhecidas de cada símbolo.

1. Símbolo que tem semelhança alfabética e pode ser lido como “Zoso” – representa Jimmy Page a partir de um ícone reproduzido na edição de 1850 para um livro francês anônimo de 1521, “Dragon Rouge e Noire Poulet” (O dragão vermelho e a galinha preta). Uma variação do ícone também aparece no catálogo de símbolos mágicos publicado pelo matemático italiano Geronimo Cardan, em 1557, “De Rerum Varietate – Ars Magica Arteficii” (Das variedades da arte da magia), e foi apropriado pela moderna astrologia como representação de Saturno. No Zodíaco, Page é de capricórnio, signo regido por Saturno.

2. Três formas ovais que se interceptam e são circundadas no enlace por um círculo – representa John Paul Jones e foi copiado de “O Livro dos Sinais”, catálogo do alemão Rudolf Kock sobre a sabedoria oculta das Runas, publicado em 1930. Segundo Koch, o símbolo identifica a confiança e a competência.
3. Três formas circulares entrelaçadas – representa John Bonham e também foi copiado do livro de Rudolf Koch. No livro, indica a tríade que une mãe, pai e filho. Uma das leituras possíveis para a semelhança entre os símbolos de John Paul Jones e de John Bonham vem do jazz, uma das fortes influências da banda. No jazz, o baixista e o baterista sempre formam partes interligadas de uma mesma seção rítmica.
4. A pena dentro de um círculo – representa Robert Plant e está presente no livro publicado em 1933 pelo inglês James Churchward, “Os Símbolos Sagrados de Mu”. Churchward copiou o símbolo de uma das câmaras das pirâmides do Egito que homenageia a deusa Ma’at, entidade que personifica a verdade, a justiça e a lealdade, desde que a pena esteja envolta por um círculo impenetrável.
Curiosidades:

– O primeiro disco do Zeppelin, considerado o melhor álbum de estréia de um grupo de rock, foi gravado em menos de trinta horas de estúdio, ou seja, menos que uma semana. É basicamente um disco de blues, com a eletrificação chegando ao limite. Todas as faixas são antológicas.

Robert Plant foi o primeiro soprano a usar o vocal agudo em seus limites para cantar blues.

– Os primeiros shows do Zeppelin nos EUA foram como abertura dos shows do Vanilla Fudge.

– A febre da pirataria era tão grande com o Zeppelin que o empresário saia antes do show procurando microfones escondidos.

“Starway to Heaven” foi a primeira letra publicada pelo grupo.

– Em algumas músicas do Zeppelin, Jimmy chegou a usar até seis guitarras, superpondo as gravações para obter aquela muralha de som característica do grupo.

– No filme The Songs Remains the Same, Jimmy atravessa o tempo todo, erra frases seguidamente. O filme mostra também um Robert Plant decadente, sem a energia do início do grupo e sem a menor presença de palco. Talvez por isso a comera insiste o tempo todo em focalizar abaixo de sua cintura.

– Quando os punks invadiram a Inglaterra, em 77/78, o Led era a banda preferida para os ataques do grupo.

Por hoje é isso galera, termino esse texto deixando alguns vídeos dessa lendária e importante banda do Rock and Roll, simplesmente, … Led Zeppelin.

Kashmir, do álbum Physical Grafitti de 1975, cujo video abaixo é do show gravado no mesmo ano, em  Earls Court (Londres).

Led Zeppelin – Black Dog, video abaixo é do show gravado, em  Earls Court (Londres).

http://www.youtube.com/watch?v=c6L4GixccLU

Led Zeppelin – Heartbreaker, video abaixo é do show gravado, em  Earls Court (Londres).

Led Zeppelin e clássica Stairway To Heaven, que dispensa comentários e apresentações.

Para finalizar, “Rock and Roll”, que expressa o rock na sua essência, neste video um detalhe especial, Jimmy Page joga sua guitarra em torno do corpo, sem perder o ritimo.

Um ótima final de semana a todos e até a próxima.

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